Peixão coordena tecnologia bélica e faz espionagem com itens da China

Um verdadeiro núcleo de inteligência criminal foi montado pelo líder do Terceiro Comando Puro (TCP), Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, para sustentar a guerra contra o Comando Vermelho (CV) e expandir o domínio territorial da facção. A estrutura, revelada pela Polícia Federal (PF), envolvia importação de armamento pesado e tecnologia de espionagem, operada com auxílio direto do braço direito de Peixão, Everson Vieira Francesquet, conhecido como “Deus”.

As investigações apontam que a quadrilha adquiriu equipamentos sofisticados, geralmente restritos às Forças Armadas, com o objetivo de blindar suas comunicações, sabotar operações policiais e intensificar ataques contra grupos rivais.

Entre os dispositivos apreendidos ou rastreados pela PF estão:
• Bloqueadores de sinais (jammers): utilizados para interromper sinais de GPS, celulares e Wi-Fi, impedindo o rastreamento de cargas roubadas e dificultando interceptações policiais. Everson demonstrava interesse em adquirir novos jammers semanalmente, negociando diretamente com fornecedores estrangeiros.
• “Fuzil anti-drone”: um bloqueador de sinal de radiocomunicação adaptado para neutralizar drones. Um desses equipamentos foi apreendido com Everson durante sua prisão em flagrante, em julho de 2024. A compra foi feita sob ordem direta e com financiamento de Peixão.
• Drones lançadores de granadas: utilizados em ações ofensivas contra comunidades rivais, esses drones foram encontrados em posse de Everson. Um deles foi adquirido com R$ 30 mil transferidos por integrantes do TCP, segundo comprovantes obtidos pela PF.
• Rádios de comunicação de longa distância e comunicadores de alta tecnologia, que possibilitavam contato seguro entre os membros da facção, inclusive durante confrontos.
• Equipamentos capazes de interceptar comunicações policiais, revelando a estratégia de espionagem e contrainteligência adotada pela facção.

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Peixão é ligado ao Terceiro Comando Puro (TCP)

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Polícia Civil RJ

As compras eram realizadas por Everson Vieira Francesquet, que atuava como operador logístico e armeiro do grupo. Ele negociava com fornecedores do Paraguai e da China, utilizando o codinome “Deus”. Os pagamentos eram viabilizados por laranjas, com valores transferidos via Pix — como mostram comprovantes de R$ 30 mil e R$ 32 mil destinados à aquisição de armas e equipamentos.

Para disfarçar o envio dos produtos ilegais, os pacotes eram rotulados como “eletric toy” (brinquedo eletrônico) e despachados por empresas de transporte ou pelos Correios, com origem em países como Hong Kong. Em uma das mensagens interceptadas, Everson menciona a intenção de comprar cinco dispositivos anti-drone de uma só vez.

Everson está preso. Já Peixão continua foragido.

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