Rico nas redes, pobre na Justiça. Empresário do setor de seguros apresenta declaração de pobreza a juiz

Na internet, ele conta como é ganhar R$ 100 mil por mês com a venda de seguros de vida. Mas, na Justiça, ele alega não ter como arcar com as custas processuais e com os honorários de uma ação trabalhista na qual foi condenado a pagar R$ 1 milhão.

Marcio Ruscitto é um nome conhecido no mundo da corretagem de seguros, tendo acumulado prêmios no setor. Após romper com a seguradora Prudential do Brasil, Ruscitto acionou a Justiça pedindo o reconhecimento de vínculo empregatício e o pagamento de mais de R$ 5,3 milhões em direitos trabalhistas.

A Justiça do Trabalho, no entanto, julgou improcedente a ação, e confirmou a validade do contrato de franquia entre as partes. O Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2), de São Paulo, então, determinou que Ruscitto pagasse aproximadamente R$ 1 milhão em honorários advocatícios aos advogados da seguradora, além das custas judiciais de mais de R$ 31 mil. Foi quando o empresário alegou ser hipossuficiente.

Os documentos anexados ao processo apontam que a empresa de Ruscitto teria faturado mais de R$ 8,5 milhões, sendo R$ 6,3 milhões apenas nos cinco anos anteriores à rescisão do contrato de franquia com a seguradora, o equivalente a uma renda mensal superior a R$ 100 mil.

Após o término do contrato de franquia com a Prudential, o empresário fundou uma nova empresa de corretagem de seguros, que se tornou parceira comercial do Banco BTG, a Acqua-Vero. Atualmente, ele integra a Agência Bulls, trabalhando com a seguradora MetLife.

Na declaração apresentada à Justiça trabalhista, Ruscitto afirma ser “pobre no sentido legal, não tendo como arcar com as custas do processo e honorários de advogado sem prejuízo para o sustento próprio e de minha família”. O documento foi assinado no dia 27 de junho de 2024.

Em outubro do mesmo ano, Ruscitto participou de um podcast especializado no setor de seguros de vida, onde falou da sua trajetória de sucesso e de como é ganhar mensalmente valores que atingem R$ 100 mil com a venda de seguros de vida.

A coluna procurou Marcio Ruscitto, mas as tentativas de contato não foram respondidas. Os advogados de Ruscitto no processo não foram localizados. O espaço permanece aberto para manifestações.

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