Selo calçadista é lançado oficialmente no Estado; conheça o diferencial do sapato gaúcho

Com a participação de deputados, foi lançado oficialmente nesta terça-feira (25) o selo Desenvolvido no Rio Grande do Sul (DRGS), que poderá ser utilizado em calçados que foram produzidos ou tiveram o desenvolvimento feito no Estado. Realizado na Assembleia Legislativa (AL/RS) na tarde desta terça-feira (25), o evento contou com a participação de lideranças políticas e empresariais do setor coureiro-calçadista.

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Idealizado pelo Sindicato da Indústria de Calçados do Estado do Rio Grande Do Sul (Sicergs), o DRGS busca dar maior visibilidade para a produção gaúcha do setor calçadista. Presidente do sindicato, Renato Klein, conta que o lançamento só foi possível graças a adesão das demais entidades do setor. “O selo se concretizou com o apoio de todos os sindicatos do Estado”, destaca.

Foi há cerca de duas décadas que Klein lançou a primeira ideia de criar uma marca capaz de destacar o calçado do RS. “Eu queria fazer isso para o Vale do Paranhana, mas era ainda uma região muito pequena, com poucas fábricas, então achei que poderia nos esperar um pouco, e agora que chegou o momento de fazer esse lançamento a nível Rio Grande do Sul”, relata.

O selo tem o apoio dos sindicatos industriais de Igrejinha, Novo Hamburgo, Sapiranga, Parobé, Três Coroas, Campo Bom, Dois Irmãos, Estância Velha, Farroupilha, São Leopoldo e Ivoti.

Marca de qualidade

O DRGS será afixado nas caixas de sapatos, tênis e outros produtos do segmento que tenham sido fabricados parcial ou totalmente em território gaúcho. Presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Setor Coureiro-Calçadista, o deputado Joel Wilhelm (PP) é um dos entusiastas da medida, a qual considera como um passo importante no mercado nacional e também internacional.

“Nosso sapato é diferenciado pela sua qualidade e design, por isso a ideia é que as lojas do Brasil inteiro e o consumidor possam já ver isso na caixa, para ele saber que esse calçado foi realizado aqui no Rio Grande do Sul e isso faça a diferença na hora da compra, o que vale também para as exportações”, afirma o deputado.

Klein diz que o sucesso do projeto agora depende da adesão do maior número de empresas no setor. “Temos que ir para o cluster inteiro agora e falar com todos eles para verem a viabilidade da participação e das empresas também. Elas já estão sendo procuradas pelo Sicergs”, explica o presidente da entidade.

Aprovação governamental

Durante o evento de abertura, algumas das empresas que já aderiram ao selo se fizeram presentes no Salão Julio de Castilhos expondo seus produtos. Sapatos, tênis, sandálias entre outros, ficaram à mostra para que a qualidade do produto gaúcho pudesse ser visto ao vivo. 

Titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do estado (Sedec), Ernani Polo, chamou atenção para a importância da indústria coureiro-calçadista para a economia gaúcha. “São produtos com alta tecnologia, com muito valor agregado e o selo vai ajudar a divulgar nossa produção. O governo do Estado vem fazendo movimentos e ações no sentido de criar melhores condições de competitividade para o crescimento e a expansão desse importante setor na economia gaúcha, na geração de emprego e renda”, reforça o secretário.

Polo também acredita que a iniciativa do setor pode ser adotada em outras atividades econômicas do Rio Grande do Sul. “Temos muitos outros setores que têm produção de alta qualidade, produtos de excelência. Então, esse tipo de iniciativa de um selo de origem, e qualidade só faz com que a nossa produção ganhe destaque, e isso pode servir de modelo para outros setores no sentido de potencializarmos a nossa produção e fazer com que os nossos produtos possam alcançar outros mercados em nível nacional e internacional.”

Para ter o selo DGRS em seus calçados as indústrias poderão procurar o DRGS as indústrias calçadistas poderão aderir ao programa junto ao Sicergs, que também fará uma busca ativa junto aos empresários do Estado.

O calçado gaúcho em números

Durante o lançamento, a coordenadora de Inteligência de Mercado da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Priscila Linck, destacou dados da indústria calçadista que é a que mais emprega na Indústria de Transformação do Estado, é a segundo maior produtora e principal exportadora de calçados do Brasil (em divisas geradas).

Com uma produção de 203 milhões de pares de calçados em 2024, um crescimento de 3,3% ante 2023, a indústria gaúcha emprega, de forma direta, cerca de 81 mil pessoas. “O setor responde por cerca de 12% de todo o emprego gerado pela Indústria de Transformação no Rio Grande do Sul, sendo o maior empregador em, pelo menos, 130 cidades gaúchas”, conta Priscila. No total, são mais de 1,8 mil empresas, a maior parte de micro e pequeno portes, que exportaram, ao longo do ano passado, mais de 32 milhões de pares, principalmente para Estados Unidos e Argentina.