STF recebe Bolsonaro e aliados com segurança reforçada para julgamento

A segurança na área do Supremo Tribunal Federal (STF) amanheceu reforçada, nas primeiras horas desta terça-feira (25/3). A Corte será palco do julgamento das denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Jair Bolsonaro (PL) e mais sete aliados do ex-presidente, no processo sobre uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A sessão começa às 9h30.

No plenário da Primeira Turma do STF, vão ocorrer três sessões: duas nesta terça-feira (25/3), às 9h30 e às 14h, e uma na quarta (26/3), também às 9h30. O local estava protegido por grades desde novembro do ano passado, quando houve um atentado com explosivos na Praça dos Três Poderes.

Para o período de julgamento, a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal(SSP-DF) elaborou um Protocolo de Ações Integradas (PAI), com o intuito de reforçar o esquema de proteção em torno do prédio.

O estacionamento de veículos ao longo dos meios-fios foi restringido por cones nos dois lados da via S1 Leste e em frente à Praça dos Três Poderes. A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) também ampliou o efetivo policial ostensivo nos arredores da Corte, mantendo tropa especializada em condições de acionamento. Uma tropa da cavalaria da corporação também foi deslocada para o local.

Por volta das 7h30, viaturas e ônibus da corporação já podiam ser vistos nas proximidades do prédio. Cães farejadores da Polícia Judiciária também circulam no térreo do prédio do STF fazendo a varredura do local. Antes do início do julgamento, a movimentação na Praça dos Três Poderes era apenas de trabalhadores e policiais militares.

Julgamento

Os cinco ministros da 1ª Turma vão analisar se tornam réus os integrantes do chamado “Núcleo 1” da denúncia da PGR, que foi fatiada em cinco partes. O núcleo em questão é considerado como “central” da suposta organização criminosa. Ele inclui:

  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
  • Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal;
  • Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
  • Mauro Cid, tenente-coronel do Exército e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil; e
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha do Brasil.

A denúncia

  •  Entre os crimes imputados ao ex-presidente e aos outros denunciados, estão liderança de organização criminosa, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
  •  A denúncia da PGR foi reforçada após a apresentação das defesas de todos os denunciados. “A manifestação é pelo recebimento da denúncia”, disse Paulo Gonet, procurador-geral da República.
  • “Superadas as preliminares suscitadas pelos denunciados, basta anotar, quanto ao mérito, que a fase processual do recebimento da denúncia é juízo de delibação, jamais de cognição exauriente e que, na espécie, a denúncia descreve de forma pormenorizada os fatos delituosos e as suas circunstâncias”, relata o chefe da PGR em sua manifestação.
  •  Gonet rebateu, de forma conjunta, os argumentos apresentados pelos oito investigados que fazem parte do chamado “núcleo central” da suposta organização criminosa. A PGR fatiou a denúncia do STF sobre os acusados pela trama golpista em cinco núcleos. No total, 34 pessoas foram denunciadas.
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