Mulher sobrevive após paraquedas sabotado pelo marido não abrir

Uma tentativa de assassinato cuidadosamente planejada chocou o Reino Unido. Victoria Cilliers, atualmente com 48 anos, sobreviveu após cair de uma altura de 1,2 mil metros, depois de seus dois paraquedas falharem. A grande descoberta foi que o equipamento havia sido adulterado e o principal suspeito era o seu então marido.

O caso aconteceu no domingo de Páscoa de 2015 e, segundo especialistas, a vítima, que era instrutora de paraquedismo do Exército Britânico, só sobreviveu por uma junção de fatores como a posição do impacto, o peso corporal e o solo macio.

Salto programado

Victoria recebeu o convite para o salto como um presente do então marido Emile Cilliers. À época, ela havia acabado de se tornar mãe pela segunda vez e, embora o relacionamento estivesse passando por um momento difícil, acreditou que o momento a dois poderia ser uma boa alternativa para relaxar. Eles chegaram a tentar um salto no dia anterior, porém foram impedidos pelo clima.

No momento do salto, a mulher percebeu que algo estava errado, pois o paraquedas principal não abriu, as cordas estavam emaranhadas. Emile tentou abrir o reserva, mas também não conseguiu, pois estava parcialmente aberto e não conseguiu impedir a queda.

Os serviços de emergência foram acionados, mas, para surpresa de todos, Victoria estava viva. A mulher teve diversas fraturas como na pélvis, em quatro lugares da coluna e costelas, além de um colapso no pulmão.

Investigação

Durante o período de internação de Victoria, a Associação Britânica de Paraquedistas deu início a uma revisão do equipamento usado por ela e descobriu-se toda a sabotagem: as cordas do paraquedas principal tinham sido cuidadosamente emaranhadas e no paraquedas reserva estava faltando peças.

Cerca de quatro semanas após o acidente, a polícia revelou que a falha no equipamento não foi um acidente e que haviam sido sabotados intencionamente.

Julgamento

Emile começou a ser julgado em outubro de 2017. Na ocasião, Victoria surpreendeu ao se retratar de algumas declarações anteriores, o que levou a crer que ela ainda estava sob influência do ex-marido e tentava protegê-lo.

Por causa disso, o júri não conseguiu chegar a um veredito, e o julgamento foi dissolvido, permitindo que Emile fosse solto em novembro daquele ano. No entanto, os promotores não desistiram, e, em maio de 2018, o levaram novamente a julgamento.

Desta vez, eles apresentaram evidências muito mais convincentes: mensagens com mulheres e prostitutas enquanto Victoria estava hospitalizada, pesquisas na internet relacionadas à amamentação de recém-nascidos e evidências de que ele havia desperdiçado o dinheiro da mulher. Além disso, especialistas o descreveram como um sociopata narcisista, sem empatia, sem remorso e com uma perigosa obsessão por esportes radicais.

Após um julgamento de seis semanas, o homem foi considerado culpado de ambas da tentativa de homicídio e foi condenado à prisão perpétua, com um mínimo de 18 anos antes de poder obter liberdade condicional.

Embora o juiz tenha sido direto ao apontar sua insensibilidade e falta de remorso, Victoria demorou a cortar completamente os laços. Foi relatado que ela o visitou na prisão por algumas semanas para tentar encerrar sua história, mas ela sentiu que ele estava tentando manipulá-la novamente.

A mulher só pediu o divórcio e abandonou o relacionamento de vez um ano após a prisão de Emile.

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