Câmara de Vereadores aprova moção em defesa da Orquestra de Sopros de Novo Hamburgo

A possibilidade de encerramento das atividades da Orquestra de Sopros de Novo Hamburgo (OSNH) mobilizou a Câmara de Vereadores na sessão de quarta-feira (26). Com o plenário lotado de trabalhadores da área da Cultura os parlamentares aprovaram, por unanimidade, uma moção de apelo ao governo municipal para retomar a parceria que garantia os repasses financeiros necessários para a manutenção do grupo.

Mobilização pela manutenção da OSNH no plenário | abc+



Mobilização pela manutenção da OSNH no plenário

Foto: Joceline Silveira/GES-Especial

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Com 34 músicos, a OSNH é a segunda orquestra mais antiga do Rio Grande do Sul. “Que a aprovação da moção leve o posicionamento desta Casa, que é favorável a cultura, estamos de parabéns por fazermos a defesa de um dos principais patrimônios culturais da cidade”, celebrou o autor da moção, vereador Enio Brizola (PT). Durante a defesa de sua proposta o parlamentar usou o Hino da cidade como referencia para buscar apoio dos demais parlamentares. “Novo Hamburgo é onde a arte foi morar. Nós não podemos desabrigá-la”, pontuou.

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Gustavo Müller, diretor artístico da OSNH e saxofonista, criticou a ideia de que o investimento público na cultura deve depender do consumo individual. “Dizer ‘eu não consumo’ não é justificativa para cortar recursos culturais. Seria o mesmo que afirmar que, por não frequentar um museu, ele não merece financiamento. Que tipo de sociedade queremos construir.”

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Mobilização pela manutenção da OSNH no plenário

Foto: Joceline Silveira/GES-Especial

Parlamentares têm diferentes opiniões

Apesar da votação unânime, alguns parlamentares admitiram desconhecer a atuação da orquestra. O vereador Joelson de Araújo (Republicanos) justificou seu voto favorável destacando que nunca presenciou uma apresentação do grupo. “Eu não sabia que existia”, afirmou.

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O líder do governo, Giovani Caju (PP), afirmou ser favorável à moção e defendeu que a captação de recursos deve ir além do poder público. “Nunca se pensou alternativas ou parcerias para que este dia não chegasse. Precisamos unir forças, usar o abaixo-assinado e as mídias digitais para divulgar o trabalho, o que pode resultar em mais recursos, sem depender exclusivamente de verbas públicas”, disse ele, que é DJ.

A vereadora Professora Luciana Martins (PT) ressaltou que a cultura não deve ser tratada como mercadoria. “A orquestra nos encanta, e esse encantamento é um direito garantido pela Constituição”, destacou.

“Solução não pode ser cortar tudo”, diz Müller

Müller também destacou a comoção gerada pelo possível fim da Orquestra de Sopros de Novo Hamburgo e reforçou a necessidade de um debate amplo sobre alternativas. “Novo Hamburgo enfrenta desafios financeiros, mas a solução não pode ser simplesmente cortar tudo. Antes se tinha todas as soluções para os problemas, agora a única solução que está se enxergando é cortar absolutamente tudo porque descobrimos que a gente não consegue resolver nenhum problema”, concluiu.

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