Policial da PRF é suspeito de fazer escolta para contrabandistas do RJ

A Polícia Federal (PF) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (27/3), uma operação contra organização criminosa transnacional que operava com uma rede de proteção formada, em parte, por agentes públicos. Entre os investigados na Operação Libertatis 2 está um policial rodoviário federal, que teria atuado diretamente na logística de distribuição de cigarros falsificados.

De acordo com a PF, o agente da PRF tinha a função estratégica de acompanhar os veículos que transportavam a carga da Baixada Fluminense até outros estados, garantindo sua chegada sem intercorrências.

Ele é um dos alvos de medida cautelar de suspensão da função pública, além de responder por crimes que vão desde associação criminosa e lavagem de dinheiro até tráfico de pessoas e redução a condição análoga à escravidão.

A ação desta quinta (27) mobilizou cerca de 200 policiais federais e contou com o apoio da própria PRF. Foram cumpridos 21 mandados de prisão preventiva, 26 de busca e apreensão e 12 medidas cautelares no Rio de Janeiro e no Espírito Santo. A operação mirou diversos braços da quadrilha, incluindo núcleos responsáveis por segurança, produção, transporte e lavagem dos lucros obtidos com o crime.

Escravos
Entre os bens bloqueados ou apreendidos estão imóveis de alto padrão, veículos de luxo, contas bancárias, criptomoedas e dinheiro em espécie, totalizando cerca de R$ 350 milhões. O grupo operava com uma estrutura quase empresarial, utilizando mão de obra escrava de cidadãos paraguaios para manter três fábricas clandestinas de cigarros no Rio de Janeiro.

A investigação, iniciada em fevereiro de 2023 após o desmantelamento dessas fábricas na primeira fase da Operação Libertatis, revelou que comerciantes eram coagidos a vender exclusivamente os produtos da organização criminosa.

O esquema envolvia falsificação de embalagens, fraude no comércio e uma rede de proteção armada, que incluía policiais militares, bombeiros e, segundo a PF, até um policial federal.

Segundo as autoridades, os valores obtidos com a venda dos cigarros ilegais eram enviados ao exterior por meios ilícitos, caracterizando o crime de evasão de divisas. A operação foi coordenada em conjunto com o Ministério Público Federal, o Comitê de Inteligência Financeira e Recuperação de Ativos (Cifra), a Secretaria Nacional de Segurança Pública e a Receita Federal.

Os envolvidos responderão por organização criminosa, trabalho análogo à escravidão, tráfico de pessoas, falsificação, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, entre outros.

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