Vereador de Canela preso por desvio de materiais de construção tem pedido de liberdade negado

O vereador de Canela, Joãozinho Silveira (MDB), teve o pedido de liberdade provisória negado pela Justiça. O parlamentar está preso, desde a terça-feira (25), por suspeita de desviar materiais de construção que deveriam ter sido entregues para uma família em situação de vulnerabilidade social, do interior do município.

Custodiado até então na Delegacia de Pronto-Atendimento (DPPA) de Gramado, na tarde da quinta-feira, dia 27, ele foi encaminhado ao presídio de Caxias do Sul.

O advogado de Joãozinho, Jair da Veiga Filho, destaca que se mantém na tese de que “nenhum dos requisitos necessários para a prisão estão presentes no referido processo, sendo necessária a instrução processual para delimitar responsabilidades reais no presente caso”, aponta.

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O processo está a cargo da 1ª Vara Judicial da Comarca de Canela e uma nova decisão pode ser despachada a qualquer momento, segundo o advogado. “A defesa entende que a decisão da 1ª Vara Judicial deve ser favorável”, cita Jair.

Investigação

Conforme a investigação policial – que iniciou com uma denúncia anônima – o material de construção foi encontrado em uma propriedade, na localidade de Canastra Alta, que pertence a Joãozinho. O “kit casa”, que está avaliado em R$ 23 mil, deveria ter chegado até a família ainda no ano passado. Ao longo de 2024, ele foi secretário adjunto da Assistência Social e atuou também como coordenador da Defesa Civil.

Em depoimento à Polícia, conforme o delegado Vladimir Medeiros, o vereador alegou que guardava o material há meses para ajudar uma família, a qual não se lembrava o nome. Existe a suspeita que Joãozinho possa ter falsificado documentos. A prisão em flagrante foi por receptação qualificada.

Suplente

Até a tarde da quinta-feira (27), a Câmara de Vereadores de Canela ainda não havia recebido nenhum tipo de formalização sobre um possível afastamento do vereador.

Somente após esse trâmite é que acontece a convocação do parlamentar suplente, no caso, Alberi Dias (MDB), um dos alvos da Operação Cáritas, que investigou casos de corrupção na gestão municipal canelense. O parlamentar foi preso duas vezes.

Nas eleições de 2024, Joãozinho Silveira foi eleito com 549 votos e conquistou uma cadeira no Legislativo canelense. Antes disso, em 2020, era suplente do partido.