VÍDEO: Veja o momento em que homem coloca soda cáustica em bebedouro de empresa em Canoas

A Justiça acatou o pedido da Polícia Civil para mudar de flagrante para preventiva a prisão do homem apontado como o responsável por colocar soda cáustica em bombonas d’água de dois bebedouros da empresa onde trabalha no bairro Industrial, em Canoas.

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Na manhã desta quinta-feira (27), a Polícia organizou uma coletiva para esclarecer pontos da investigação e também liberar as imagens em que o funcionário da empresa aparece envenenando a água. (Veja vídeo abaixo)

Funcionário aparece em imagens colocando soda cáustica em bombona d´água, revelou a Polícia Civil, na manhã desta quinta-feira (27)



Funcionário aparece em imagens colocando soda cáustica em bombona d´água, revelou a Polícia Civil, na manhã desta quinta-feira (27)

Foto: POLÍCIA CIVIL/REPRODUÇÃO

Segundo o delegado Marco Guns, titular da 1ª Delegacia de Polícia de Canoas, responsável por conduzir o inquérito, os policiais agora têm dez dias para concluir a investigação e chegar à motivação por trás do crime. “Ao acatar o pedido de prisão preventiva, a Justiça nos dá um pouco mais de tempo para descobrir as circunstâncias que levaram o suspeito a praticar o crime”, explicou. “Porque, por enquanto, o que vale é o depoimento inicial dele, em que dizia que tentou pregar uma peça nos colegas.”

No depoimento prestado inicialmente na segunda-feira (24), o homem também alegou que pensava se tratar de sabão líquido, de modo que desconhecia ser soda cáustica. “A gente ainda não sabe a motivação real por trás do crime”, frisa. “Ele disse em depoimento que passaria um trote, porque já fizeram isso com ele antes. Mas não dá para brincar desse jeito em uma empresa com produtos químicos.”

A Polícia Civil aponta ter ouvido inicialmente as duas vítimas, além de alguns funcionários. Outras pessoas serão interrogadas ao longo dos próximos dias até para ser conhecido o ambiente na empresa.

Um colega do suspeito, no entanto, confirmou à Polícia que, um dia antes, ele havia o questionado sobre os possíveis efeitos causados pela soda cáustica ser ingerida por uma pessoa. “Uma testemunha disse que ele mirou o produto e questionou: O que acontece se alguém toma isso aqui?”, explica o delegado, que afirma que o preso prestará depoimento novamente para esclarecer o relato.

Os delegados Marco Guns e Cristiano Reschke esclareceram pontos da apuração, durante coletiva, organizada na sede da Polícia Civil, em Canoas



Os delegados Marco Guns e Cristiano Reschke esclareceram pontos da apuração, durante coletiva, organizada na sede da Polícia Civil, em Canoas

Foto: LEANDRO DOMINGOS/GES-ESPECIAL

Sobre as imagens

O delegado aponta que as imagens não deixam dúvida. Nelas, o funcionário aparece inicialmente sondando uma bombona de água para, posteriormente, ser visto despejando a substância.

“Há duas imagens que mostram claramente o investigado passando pelo local, olhando como se estivesse planejando alguma coisa. Em seguida, ele despeja o material na bombona”, aponta. “Um vídeo mostra inclusive ele levantando a bombona para inserir o líquido nocivo”, complementa.

YouTube Video

Suspeito por passar, no mínimo, cinco anos preso

Diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (DPRM), o delegado Cristiano Reschke confirmou que as duas vítimas ouvidas pela Polícia Civil passaram mal logo após ingerir a soda cáustica.

“Houve uma mulher, a primeira vítima que bebeu, logo na segunda-feira, que ingeriu uma quantia maior da substância, então ela não conseguiu mais parar de vomitar. Nem dormiu naquela noite”, revela.

O delegado lembra que o caso é considerado grave. Ele reforçou que o suspeito, que tem 31 anos e não possui antecedentes criminais, foi enquadrado por envenenamento de água potável, crime previsto como hediondo, cuja pena prevista é de reclusão de 10 a 15 anos.

“É claro que ninguém quer tomar qualquer julgamento antecipado. Até porque a investigação está em curso”, afirma. “Porém, é um crime grave, que culminou em consequências graves.”

Ainda não há o resultado pericial sobre a água, esclarece Reschke. O Instituto-Geral de Perícias (IGP), atendeu à solicitação da Polícia e coletou diversas amostras no local, que serão inseridas ao inquérito.

Existe a garantia, no entanto, por parte de engenheiros químicos da própria empresa, que o material inserido seria soda cáustica, o que fica comprovado também por meio do exame médico que passaram as vítimas após a ingestão. “O hospital precisou fazer até uma lavagem estomacal em uma das vítimas. Então, existe a confirmação do uso de soda cáustica, que é um produto usado para tirar sujeira de tecidos mais pesados na empresa”, esclarece.

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