Ação de Laíla para anular união com amante se arrasta na Justiça

A coluna Fábia Oliveira descobriu uma batalha judicial iniciada por Luiz Fernando Ribeiro do Carmo, o Laíla, e sua esposa Marli da Silva Ribeiro em 2018 e que se estende até os dias hoje. O caso surgiu para declarar inexistente e anular uma escritura de união estável envolvendo o ex-carnavalesco e a ré Elaine Rosa Lemos Lima, que seria sua amante.

O começo da ação

Laíla e Marli estavam juntos desde 1964. Na ação, Laíla afirmou ter conhecido Elaine Rosa Lemos Lima, ré no processo, quando comandava a Beija-Flor de Nilópolis. Na época, Elaine teria surpreendido o artista afirmando que ele era pai de sua filha, ainda criança. Hoje, uma mulher adulta, chamada Laisa.

Ela teria, então, exigido que fosse feito o registro de nascimento e o reconhecimento da paternidade. Laíla afirmou no processo que fez o registro para evitar um escândalo para ele e a escola de samba. No entanto, afirmou ter certeza de que a criança não era sua filha.

No processo, Marli, esposa de Laíla, disse que Elaine começou a procurá-la anos depois com telefonemas e mensagens afirmando ter um relacionamento amoroso com o carnavalesco. Tempos depois, segundo Marli, veio à tona uma escritura de união estável, datada de 2010, entre Laíla e Elaine.

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Laíla, lenda do Carnaval carioca

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Laíla morreu vítima da Covid-19

Reprodução/Redes Sociais

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Aline Massuca/Metrópoles

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Ainda de acordo com a ação, Laíla teve apenas “encontros furtivos indevidamente” com Elaine, negando a ocorrência de uma união e alçando a relação dos dois ao lugar de “amantes”.

Ação negatória de paternidade

O caso fica ainda mais surpreende quando, no documento da ação, comenta-se a existência de uma ação negatória de paternidade iniciada por Laíla, na época. Nela, um exame de DNA teria comprovado que ele não era pai biológico de Laisa. Apesar disso, o carnavalesco foi considerado como pai afetivo, mantido o elo entre os dois.

Laíla e Marli afirmaram que Elaine Rosa conseguiu a escritura de união estável coagindo o sambista. O casal indicou que o documento foi assinado após a ré fazer ameaças de expor o affair extraconjugal que mantinha com a celebridade do Carnaval.

Com a ação, o diretor de Carnaval da Beija-Flor de Nilópolis pretendia anular a escritura que previa sua união estável com Elaine. O documento seria, então, resultado de um vício de consentimento, inválido, ainda, pelo fato de, naquele tempo, ele já ser casado com Marli.

Ré contestou a ação

Pouco tempo após o caso surgir, Elaine contestou legalmente a ação, em 2019. Ela contou ter mantido relacionamento próximo com Laíla, uma vez que ambos eram da Beija-Flor. Disse, ainda, que era apresentada a terceiros como companheira do carnavalesco, além de conviver conjugalmente em residência comum com ele.

Elaine também negou ter coagido Laíla a reconhecer a paternidade de Laisa quando era criança. A ré disse só ter descoberto que o sambista era casado pouco antes de dar à luz. Ele, segundo ela, teria dito estar em processo de separação de Marli. Durante o período compartilhado, o suposto casal teria compartilhado todos os “deveres do matrimônio”.

A ré assegurou à Justiça que a escritura de união estável foi válida, feita espontaneamente e que retratava à realidade daquele momento. Por fim, Elaine disse que Marli era a responsável por ataca-la, não o contrário.

Morte de Laíla e atualizações do caso

O caso teve o caminhar atrasado devido a pandemia da Covid-19 e chegou a ser suspenso. O coronavírus, aliás, foi a causa da morte de Laíla, em 2021, aos 78 anos de idade.

Após sua morte, herdeiros do sambista foram chamados para participar da ação em seu lugar, agora, junto de sua viúva, Marli, que permanece na luta judicial. Luiz Cláudio, filho do ex-carnavalesco, foi habilitado para participar da ação, assim como o neto, Luiz Antônio, na época menor de idade. Como Laisa, filha de Elaine, tinha Laíla como pai adotivo e registrado, sua habilitação também foi considerada.

Laisa chegou a se manifestar no processo e disse não ter a intenção de ocupar o lugar do pai no caso. Apesar de concisa, disse que a relação dos pais era, sim, de união estável. Afirmou, ainda, ter residido a vida inteira com ambos. O convívio teria encerrado quando Laíla foi hospitalizado pela Covid, momento em que as visitas teriam sido vetadas por Marli.

Audiência

A coluna Fábia Oliveira descobriu que o caso chegou a ter uma audiência, mas o resultado foi longe do esperado. Por conta das mudanças sucessivas ocasionadas pela morte de Laíla, novos prazos foram abertos pelo juiz.

Agora, as partes no caso têm apresentado as testemunhas que pretendem, enfim, levar ao banco do tribunal para depor sobre a suposta união estável de Laíla e Elaine.

Nas mais de 700 páginas da ação, 100 chamam especial atenção. São 100 imagens que mostram Laíla e Elaine em situações diversas de uma vida em comum. Nelas, até mesmo Neguinho da Beija-Flor é visto. Beijos, abraços e afagos marcam os retratos, além de poses ao lado de Laisa, filha dos dois.

O caso que se arrasta na justiça há 7 anos parece caminhar a lentos passos e promete guardar muitas novidades. A coluna Fábia Oliveira seguirá atenta a essa história que poderia dar mais um samba-enredo sobre a vida de Laíla.

 

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