Atrasos em parcelas do piso causam paralisação em hospital do Vale do Sinos

Terceirizados do Hospital São Camilo, de Esteio, protestaram nesta sexta-feira (28) devido a atraso no pagamento de parcelas do piso salarial. Segundo o sindicato Sindisaúde Vale dos Sinos, cerca de 30 técnicos de enfermagem contratados pelo IBSaúde paralisaram seus atendimentos entre os turnos da manhã e da tarde de hoje.

O sindicato afirma que havia ainda atrasos no pagamento do 13º salário, mas que foram pagos na quinta (27). Em assembleia, foi deliberada mais uma paralisação, esta de 24 horas, prevista para segunda-feira (31), e estado de greve.

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Técnicos de enfermagem do Hospital São Camilo, em Esteio, protestam devido a atraso em parcelas do piso salarial



Técnicos de enfermagem do Hospital São Camilo, em Esteio, protestam devido a atraso em parcelas do piso salarial

Foto: Divulgação/Sindisaúde

De acordo com a prefeitura, o Hospital São Camilo possui 509 técnicos de enfermagem concursados, além de 84 contratados pelo IBSaúde, que, segundo a Secretaria de Saúde do município, está com os repasses em dia.

“Esses meses de atraso são variados de junho de 2023 até julho de 2024, de forma alternada. Alguns trabalhadores têm até seis parcelas de atraso, sendo R$ 1,7 mil cada uma”, afirma o diretor do sindicato, Andrei Rex, que explica que o piso salarial, de R$ 3.325 conforme a Lei 14.434/2022, não foi pago em sua totalidade neste período.

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“Alguns receberam apenas R$ 1,5 mil em alguns desses meses”, acrescenta Rex. O IBSaúde afirma que atrasos como esse atingem cerca de 70 trabalhadores. 

O que diz o IBSaúde

Por sua vez, o gestor de contratos do IBSaúde, Marcos Costa, não aponta uma motivação clara para o ocorrido. Para ele, o transtorno pode ter sido provocado devido ao sistema do Ministério da Saúde, inconsistências de registro e até mesmo problemas do trabalhador com a declaração do Imposto de Renda.

Costa afirma que o IBSaúde “é mero repassador desses adicionais” e inicialmente explica à reportagem que, “devido a um fluxo determinado pelo governo federal, sempre há um descompasso nos prazos de tramitação, fazendo com que o valor do piso seja pago sempre no mês subsequente”. Entretanto, conforme exposto pelo sindicato, não é o que acontece com esse grupo de trabalhadores, que recebeu, em alguns dos últimos meses, até menos da metade do total previsto.

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Por fim, o gestor declara que tanto a empresa quanto o município trabalham na regularização, e que estão “tentando decifrar isso junto ao Ministério”. “Não há motivo econômico-financeiro para não fazer o pagamento, uma vez que o dinheiro virá do Ministério”, salienta.

A reportagem tenta contato com o governo federal, mas não teve retorno até a publicação da matéria na tarde desta sexta-feira.

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