O dólar operava em alta na manhã desta sexta-feira (28/3), dia em que o mercado financeiro repercute dados do mercado de trabalho no Brasil e indicadores de inflação nos Estados Unidos.
O que aconteceu
- Às 9h09, a moeda norte-americana subia 0,4% e era negociada a R$ 5,776.
- Na véspera, o dólar encerrou a sessão em alta de 0,34%, cotado a R$ 5,752.
- Com o resultado, a moeda dos EUA acumula perdas de 2,77% no mês e 6,92% no ano.
Índice de desemprego no Brasil
As atenções dos investidores estão voltadas nesta sexta-feira à divulgação de dados sobre o mercado de trabalho brasileiro.
Nesta manhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicou os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua referentes a fevereiro deste ano.
De acordo com o IBGE, o desemprego no país no segundo mês de 2025 ficou em 6,8%. O resultado veio em linha com as estimativas do mercado, que apontavam uma taxa oscilando entre 6,6% e 7%.
O dado de fevereiro representa uma alta de 0,7 ponto percentual frente ao trimestre móvel anterior (encerrado em novembro de 2024), quando estava em 6,1%. Esta é a terceira alta do contingente. Em janeiro, o desemprego foi de 6,5%, segundo os dados do IBGE.
No ano passado, a quantidade de pessoas desocupadas (que não estavam trabalhando e que procuravam por emprego) totalizou 7,4 milhões e foi o menor contingente em uma década, ou seja, desde 2014 (7 milhões).
O nível de ocupação (percentual de pessoas em idade apta a trabalhar) de 2024 foi estimado em 58,6% e ultrapassou o recorde anterior de 2013, quando o índice era de 58,3%.
Em 2024, o país teve 103,3 milhões de pessoas trabalhando — novo recorde dentro da série iniciada em 2012.
O Brasil criou 1,69 milhão de empregos formais (com carteira assinada) no ano passado. Esse número representa alta de 16,5% em comparação com 2023, quando foram criados 1,45 milhão de postos desse tipo.
Ainda nesta sexta-feira, o mercado aguarda a divulgação dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de fevereiro, pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Em janeiro, o Brasil criou 137.303 vagas formais de emprego (ou seja, com carteira assinada). Esse número representou alta em relação a dezembro, quando o país teve saldo negativo de 535.547 postos com carteira assinada (dados com ajuste). Embora tenha avançado, o resultado foi menor em comparação com janeiro de 2024 (de 173.233 vagas de trabalho abertas).
Dados de inflação nos EUA
No cenário internacional, além de continuarem acompanhando os desdobramentos das tarifas comerciais impostas pelo governo do presidente Donald Trump nos EUA, os investidores aguardam a divulgação de dados de inflação da maior economia do mundo.
Nesta sexta, o Departamento do Comércio do governo norte-americano informa os dados de renda e gastos pessoais relativos a fevereiro, além do índice de preços de gastos com consumo (PCE), na sigla em inglês.
Na leitura anterior, o PCE registrou uma variação de 0,3% na base mensal e de 2,5% no acumulado de 12 meses.
Além disso, o mercado repercute também o dado final do índice de confiança do consumidor dos EUA referente a este mês de março, divulgado pela Universidade de Michigan.
Os indicadores de inflação são observados com atenção pelo mercado e também pelos dirigentes do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA), órgão que define a taxa básica de juros do país. A elevação dos juros é o principal instrumento dos bancos centrais para conter a inflação.
Em sua última reunião, no dia 19, o Fomc decidiu manter os juros inalterados, no intervalo entre 4,25% e 4,5% ao ano. Foi a segunda reunião consecutiva em que o BC norte-americano decidiu não mexer na taxa de juros.
Bolsa de Valores
As negociações do Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil (B3), começam às 10 horas.
No dia anterior, o indicador fechou o pregão em alta de 0,47%, rompendo a barreira dos 133 mil pontos (133,1 mil).
Com o resultado, o Ibovespa acumula ganhos de 8,43% em março e 10,7% em 2025.