Relatório revela redução de estupros e aumento de feminicídios em 2024

O Brasil registrou o recorde de 1.450 casos de feminicídio, 12 a mais que em 2023. Os dados foram divulgados no Relatório Anual Socioeconômico da Mulher (Raseam) 2025, lançado pelo Ministério das Mulheres, nessa terça-feira (25/3).

Em 2023, foram 1.438 feminicídios e 2.707 homicídios dolosos e lesões corporais seguidas de morte; em 2024, foram registrados 1.450 feminicídios e 2.485 homicídios dolosos e lesões seguidas de morte.

Mesmo com o aumento dos feminicídios, houve uma redução de 5,1% nos casos de violência letal contra as mulheres.

A análise da violência letal contra as mulheres é feita em conjunto com os dados de feminicídios e com os números de homicídios e lesões corporais seguidas de morte.

“A categorização de feminicídio depende do entendimento aplicado no momento do registro do crime. Assim, feminicídios podem ser tratados como homicídios simples ou lesões corporais seguidas de morte, o que invisibiliza a real dimensão da violência letal contra mulheres”, diz o relatório.

No recorte dos últimos 10 anos (2015-2024), somadas as 11.650 ocorrências de feminicídios e as 29.659 de homicídio doloso, 41.309 mulheres foram alvo de mortes violentas. Foi observado que as maiores taxas de homicídio feminino são nas faixas etárias de 25 a 29 anos e de 20 a 24 anos. Ou seja, as jovens são as vítimas preferenciais da violência contra a mulher.

Segundo dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), a mortalidade por homicídio de mulheres apresentou uma redução relativa de 26,2% entre 2012 e 2023. Em 2012, foram registrados 4.719 homicídios de mulheres. Já em 2023, esse número caiu para 3.816.

De acordo com o relatório, essa queda segue a “tendência geral de redução das taxas de homicídio feminina e masculina no país” e isso se deve a implementação do Estatuto do Desarmamento.

Estupro

Os dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública registraram, em 2024, 71.892 casos de estupro, equivalente a 196 vítimas por dia. Embora ainda seja um registro alto, houve uma queda de 1,4% em relação a 2023.

Segundo o Raseam, essa queda não significa que houve uma redução no número de mulheres, mas sim que menos vítimas fizeram registros, uma vez que nota-se uma tendência de aumento nos registros de ocorrência desde o período da pandemia.

 

 

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