Furacão Catarina: Há risco de novo fenômeno atingir o Brasil? Entenda

Há cerca de 21 anos, um furacão deixou um rastro de destruição, pelo menos quatro mortos e sete desaparecidos entre o litoral norte do Rio Grande do Sul e o de Santa Catarina. Batizado de Catarina, o gigante de 400 quilômetros de extensão, com ventos de até 180 km/h, até hoje é um marco na meteorologia por ser um evento extremamente raro. Mas ele pode acontecer de novo?

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Furacão Catarina atingiu a costa Sul do Brasil em 27 de março de 2004  | abc+



Furacão Catarina atingiu a costa Sul do Brasil em 27 de março de 2004

Foto: Nasa

O furacão que atingiu a costa Sul do Brasil em 27 de março de 2004 “foi uma surpresa para a ciência”, segundo a MetSul Meteorologia. Ele foi o primeiro sistema de categoria 1 documentado na região.

Os meteorologistas explicam que ciclones tropicais como esse não deveriam se formar no Atlântico Sul, onde as águas são mais frias e a divergência do vento dificulta a formação. Porém, a tese foi questionada após o fenômeno de 2004. “Embora eventos semelhantes possam ter ocorrido antes, não há registros na era dos satélites.”

Há estudos que sugerem um bloqueio atmosférico como favorecimento para uma estiagem na época, o que reduziu a divergência de vento, o que permitiu o surgimento do Catarina. Ou ele teria uma ligação com as mudanças climáticas? Conforme os meteorologistas, a resposta para a questão não é conclusiva. “De acordo com análises, certeza apenas é que as mudanças climáticas são um fato.”

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Mudanças climáticas e o aumento das tempestades

Com as mudanças climáticas, a temperatura da atmosfera e dos oceanos aumentou significativamente nas últimas décadas. No Atlântico Sul, também é maior o número de tempestades que apresentam características de ciclones, mas que não se desenvolveram, explica a MetSul.

Um exemplo é o ciclone subtropical Biguá, que atingiu o RS com ventos fortes em dezembro do ano passado, com ventos intensos que causaram estragos e cortes de energia. Embora esse aumento possa ser um indício das mudanças climáticas, “também pode ser apenas um reflexo da maior atenção dos meteorologistas a esses eventos”, afirmam os meteorologistas.

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Mas então: qual o risco de um novo furacão como o Catarina atingir a região?

“É impossível atribuir diretamente um evento isolado às mudanças climáticas”, explica a MetSul. Isso porque o furacão Catarina é um fenômeno extremamente raro. Além disso, ainda não há evidências científicas suficientes para ligar de forma conclusiva se as mudanças do clima estão influenciando os fenômenos como o sistema no Oceano Atlântico Sul.

Entretanto, por conta do aquecimento do planeta e dos oceanos, que é cada vez maior, há pesquisadores que compartilham a teoria de que o litoral do Brasil pode ser afetado por ciclones com mais frequência no futuro, principalmente no Sul e Sudeste.

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