Incerteza sobre rumo de Tarcísio em 2026 embaralha escolha por vices

São Paulo — A incerteza sobre o futuro de Tarcísio de Freitas (Republicanos) tem alimentado conversas no entorno do governador de São Paulo sobre os possíveis nomes para compor sua vice na chapa nos dois cenários possíveis em 2026: a busca pela reeleição ao governo paulista ou a disputa pela Presidência da República.

Embora publicamente afirme que será candidato a um novo mandato no Palácio dos Bandeirantes, Tarcísio é apontado como principal nome para substituir o ex-presidente Jair Bolsonaro na corrida pelo Palácio do Planalto.

Aliados ouvidos pelo Metrópoles afirmam que o objetivo é replicar o amplo arco de partidos da coligação que reelegeu o prefeito Ricardo Nunes (MDB) em 2024. Ao todo, 11 legendas apoiaram o emedebista, o que foi lido como um ensaio do arranjo partidário que pode ser montado para o projeto presidencial de Tarcísio.

Para isso, será necessário atrair o PSD e o MDB, partidos de capilaridade nacional e atualmente com ministérios no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. A vice na chapa pode servir como instrumento de barganha.

Neste sentido, o PSD acena para a vaga nas duas situações: enquanto o presidente nacional da sigla, Gilberto Kassab, busca ser vice de Tarcísio na chapa pela reeleição, visando a cadeira de governador, em 2030, o governador do Paraná, Ratinho Júnior, é apontado por alguns como nome forte para a vice na chapa presidencial.

Um aliado próximo avalia, no entanto, que Ratinho não teria apelo para atrair votos de redutos fora do eixo sul-sudeste. Segundo essa análise, uma eventual candidatura para o Palácio do Planalto deve buscar um vice com potencial eleitoral. Um dos nomes citados é o de Michelle Bolsonaro.

A avaliação é de que, se for para a reeleição, a escolha do vice tende a ser mais pessoal, sem a necessidade de um nome que atraia votos. Esse nome, no entanto, terá de ser de confiança, uma vez que a chance de assumir o governo em 2030 é alta, já que Tarcísio será candidato natural à presidência depois de dois mandatos à frente do governo paulista.

Além de Kassab, outro nome que tem buscado se viabilizar para a vaga é André do Prado (PL), presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp). O pupilo de Valdemar Costa Neto, presidente nacional do PL, também se coloca para ser candidato à sucessão de Tarcísio, caso o governador saia para disputar o Planalto.

Também tem surgido nos bastidores como possível vice de Tarcísio em São Paulo o nome do ex-governador Rodrigo Garcia (sem partido). O ex-tucano está próximo do governador, atuando nos bastidores como uma espécie de conselheiro informal.

A divisão entre os partidos da aliança sobre os cargos a serem disputados com o campo da esquerda também pesará nas articulações. Segundo aliados, a possibilidade de Tarcísio deixar o Republicanos é pequena neste momento. Com isso, o partido ficaria com a cabeça de chapa, nos dois cenários possíveis.

O PP deve ter um candidato ao Senado. As conversas com o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, atualmente no PL, estão avançadas.

O PL, por sua vez, acena com Eduardo Bolsonaro para a outra vaga para o Senado. A recente ida do filho do ex-presidente para os EUA, no entanto, colocou em dúvida a candidatura do filho 03 de Jair Bolsonaro em tentar o cargo, o que abriria espaço para outro nome do partido.

A definição sobre quem se lançará ao Senado também vai contar para a costura sobre a vice de Tarcísio.

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