A advogada Aline Gabriela Brandão (foto em destaque), de Campo Grande (MS), foi presa nessa sexta-feira (28/3) no Rio Grande do Norte durante a operação nacional Chiusura, deflagrada pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) para desarticular um dos núcleos mais sofisticados do Primeiro Comando da Capital (PCC). Aline é esposa de Thiago Gabriel Martins da Silva, conhecido como “Especialista” ou “Thiaguinho do PCC”, um dos principais líderes da facção, atualmente preso na Bolívia.
Segundo as investigações, Aline integrava o chamado “Núcleo Sinaloa”, grupo formado por familiares e aliados próximos de Thiaguinho, que atuavam como laranjas em esquemas de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. A rede movimentou mais de R$ 300 milhões em apenas três meses, utilizando empresas de fachada, imóveis e contas bancárias, inclusive uma fintech sediada em São Paulo.
O endereço profissional da advogada, no bairro Moreninha 3, em Campo Grande, foi alvo de mandado de busca e apreensão. No mesmo local funcionava o Centro de Apoio aos Bairros (CAB), ligado ao suplente de vereador Ronaldo Cardoso (Podemos), também preso na operação, junto com seu enteado, Pedro Jorge Martins da Silva.
A Polícia aponta que Aline atuava articulando movimentações bancárias e gerenciando ativos oriundos do tráfico. Ela já havia defendido outros nomes ligados ao crime organizado, como José Cláudio Arantes, o “Tio Arantes”, condenado por diversos crimes, incluindo tráfico e homicídio.
O marido de Aline, Thiaguinho, foi preso na Bolívia em 2023, em posse de uma aeronave carregada com cocaína e granadas de uso restrito. Ele também responde pela morte do garagista Carlos Reis de Medeiros, crime em que o corpo nunca foi encontrado.
A operação Chiusura, que significa “encerramento” em italiano, cumpriu 19 mandados de prisão temporária e 80 de busca e apreensão em estados como Mato Grosso do Sul, Goiás, Santa Catarina, Alagoas e Rio Grande do Norte. Além das prisões, foram sequestrados 17 veículos, sete imóveis de alto padrão e bloqueadas dezenas de contas bancárias.
De acordo com a Polícia Civil, o grupo atuava de forma estruturada e interestadual, adquirindo drogas em regiões de fronteira, organizando o transporte e promovendo a lavagem dos lucros por meio de empresas e testas de ferro.
Se condenada, Aline Gabriela poderá responder por crimes como lavagem de dinheiro, organização criminosa, tráfico interestadual de drogas e ocultação de bens, com penas que ultrapassam 30 anos de prisão.