Tatames com hippon e waza-ri: Campeonato Brasileiro de Judô movimenta Canoas

Canoas voltou a ser lembrada como a cidade do esporte, durante o final de semana, ao sediar a etapa da Região V do Campeonato Brasileiro de Judô. A abertura do evento ocorreu na manhã de sábado (29), com o desfile dos grupos participantes, antes dos combates, que continuaram no domingo (30).

Feras do judô se reúnem neste sábado (29) e domingo (29) na Universidade La Salle, em Canoas



Feras do judô se reúnem neste sábado (29) e domingo (29) na Universidade La Salle, em Canoas

Foto: PAULO PIRES/GES

O ginásio da Universidade La Salle acabou novamente lotado de pais, responsáveis e mestres, que torciam, vibravam e gritavam com a energia dos jovens atletas no tatame. Houve hippon, waza-ri e uchi-mata para ninguém botar defeito.

O campeonato reuniu mais de mil judocas nas categorias Sub-13, Sub-15, Sub-18, Sub-21 e Sênior, oriundos não apenas do Sul do País – Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná -, mas também com atletas de cidades de São Paulo. O Carlos Eduardo Mattos saiu da capital na quinta-feira (27).

“Eu nunca tinha lutado longe de casa”, contou o menino de 13 anos. “Tatame é igual, mas senti falta da minha torcendo na arquibancada, porque ela não conseguir vir”, acrescentou o jovem atleta.

O evento na Universidade La Salle foi organizado em uma parceria entre a Confederação Brasileira de Judô (CBJ), Federação Gaúcha de Judô (FGJ), Secretaria Municipal de Esporte e Lazer (SMEL).

No total, a CBJ organizou simultaneamente cinco regionais em todo o Brasil neste fim de semana. Além da competição em Canoas, há disputas nas cidades de Manaus (Amazonas), Aracaju (SergipeE), Simões Filho (Bahia) e Ji-Paraná (Rondônia).

A expectativa da Confederação é que um número superior a 3 mil judocas seja envolvido. Por isso, houve muito planejamento. A estrutura montada no La Salle acabou sendo elogiada até por mesmo por atletas experientes que já conheciam Canoas.

Segundo o presidente da Confederação Brasileira de Judô, Paulo Wanderley Teixeira, todo o carinho à competição é necessário. Isso porque os Regionais são responsáveis por introduzir novos talentos ao calendário competitivo e permitir que atletas se desenvolvam e alcancem resultados maiores.

“Estamos dedicando uma atenção toda especial ao evento”, disse o dirigente, que em entrevista recente, quando assumiu a CBJ, afirmou que dará uma “sacudida no judô brasileiro” durante sua gestão.

Pontuação

Coordenando um grupo de pequenos judocas vindo de Santa Catarina, o mestre Alex Barreto elogiou a estrutura e disse apenas esperar voltar para casa com medalhas. É a meta, é claro, de qualquer grupo. Pontuar bem e subir no ranking do esporte.

“Todo mudo que veio quer derrotar o adversário, mas os meus atletas já garantiram bronze e prata em competições anteriores e espero somente sair daqui com um primeiro lugar para pontuar bem no ranking”, explicou.

Estrutura montada para o Campeonato Brasileiro de Judô, com quatro tatames com lutas consecutivas, acabou sendo elogiada



Estrutura montada para o Campeonato Brasileiro de Judô, com quatro tatames com lutas consecutivas, acabou sendo elogiada

Foto: Paulo Pires/GES

Torcida na arquibancada

Quem viveu o ápice do período que em Canoas ficou conhecida como a “cidade do esporte”, sabe o quanto é bonito ver o ginásio da Universidade La Salle lotado. Foi o que aconteceu neste Campeonato Brasileiro de Judô. À espera para ver o sobrinho no tatame, a microempresária Lúcia Brandão, 44 anos, lembra que muito já torceu para o vôlei no ginásio. “Era outra época em que Canoas era notícia no Brasil por coisas maravilhosas que aconteciam no esporte”, afirmou. “Que coisa bonita a gente poder ver este ginásio cheio assim de novo. Pena que não é sempre”.

Um pouco perdidos

A única reclamação ouvida pela reportagem durante o evento foi sobre o acesso ao local. A competição foi organizada no ginásio da Universidade La Salle, no segundo andar do prédio na Rua Quinze de Janeiro. Houve confusão para quem digitou somente La Salle no sistema de localização. Houve GPSs que encaminharam os competidores para entradas na BR-116 e também para o Colégio La Salle na Avenida Victor Barreto. “Eu não sabia que existia essa rua”, reclamou o motorista de ônibus Sadi Almeida, 54. “Larguei os meninos na frente da Colégio La Salle e soube que eles precisaram atravessar toda a escola para chegar ao ginásio”, contou o condutor que saiu de Santa Catarina.

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