Desafiando mandado de prisão do TPI, Netanyahu vai visitar a Hungria

JERUSALÉM (Reuters) – O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, informou neste domingo (30) que ele viajará para a Hungria esta semana, desafiando um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) por alegados crimes de guerra em Gaza.

Durante a visita, que começará na quarta-feira e vai até o próximo domingo, Netanyahu se reunirá com o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, que o convidou em novembro, logo após o TPI emitir o mandado de prisão.

Orbán afirmou na época que o mandado “não seria cumprido”.

Todos os Estados-membros da União Europeia, incluindo a Hungria, são membros do TPI, o que significa que são obrigados a cumprir seus mandados. Orbán, um nacionalista de direita, frequentemente entra em conflito com a UE sobre padrões democráticos e direitos humanos na Hungria.

Não houve comentário imediato por parte da Hungria sobre a visita desta semana.

Será a segunda viagem de Netanyahu ao exterior desde que o TPI anunciou os mandados, após uma visita a Washington em fevereiro para se encontrar com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Israel denunciou os mandados contra Netanyahu e o ex-ministro da Defesa Yoav Gallant, descrevendo as alegações como “falsas e absurdas”. O TPI também emitiu um mandado de prisão para o líder do Hamas, Ibrahim Al-Masri.

Pressão ao Hamas

Netanyahu também repetiu a exigência para que o Hamas se desarme e que seus líderes deixem Gaza, prometendo aumentar a pressão sobre o grupo enquanto seguem os esforços para garantir o retorno dos reféns.

Ele disse que Israel vai trabalhar para implementar o “plano de emigração voluntária” proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para Gaza e disse que seu gabinete concordou em seguir pressionando o Hamas, que afirma ter aceitado uma proposta de cessar-fogo mediada por Egito e Catar.

Sami Abu Zuhri, uma autoridade de alto escalão do Hamas, disse que os comentários de Netanyahu eram uma receita para uma “escalada sem fim” na região.

Netanyahu negou afirmações de que Israel, que retomou seus bombardeios sobre Gaza após uma trégua de dois meses e enviou tropas de volta para o enclave, não estava negociando, e disse: “Estamos conduzindo isso sob fogo, e portanto, também é eficaz”.

“Vemos que de repente há rachaduras”, disse ele em uma declaração em vídeo divulgada neste domingo.

No sábado, Khalil al-Hayya, líder do Hamas em Gaza, disse que o grupo havia aceitado uma proposta que fontes de segurança disseram incluir a liberação de cinco reféns israelenses por semana. Mas ele afirmou que abaixar as armas, como Israel exige, era uma “linha vermelha” que o grupo não cruzaria.

Neste domingo, primeiro dia do feriado muçulmano de Eid al-Fitr, as autoridades de saúde de Gaza informaram que pelo menos 24 pessoas, incluindo várias crianças, haviam sido mortas em ataques israelenses. Nove delas foram mortas em uma única tenda na cidade de Khan Younis, no sul.

Mais tarde, neste domingo, o Serviço de Crescente Vermelho Palestino informou que finalmente conseguiu acessar a área para procurar equipes de resgate que haviam sido atingidas por fogo israelense durante uma missão de resgate no oeste de Rafah, uma semana após o ataque.

O serviço informou que recuperou 13 corpos no local, sendo sete membros do Crescente Vermelho Palestino, cinco do Serviço de Emergência Civil de Gaza e um trabalhador das Nações Unidas. Não houve comentário imediato por parte de Israel.

Por James Mackenzie e Nidal al-Mughrabi

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