Dia Mundial do Transtorno Bipolar: entenda os sintomas e estigmas da doença

O transtorno bipolar é cercado por mitos e estigmas, caracterizando-se por episódios distintos de mania, hipomania e depressão, afetando diretamente a rotina, as relações e a saúde mental dos indivíduos. Este domingo (30) é reconhecido como o Dia Mundial do Transtorno Bipolar, para ajudar a conscientização da doença.

O transtorno bipolar tem uma prevalência global de 1% a 2%, chegando a 5%, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Além disso, em 2019, a organização apontava aproximadamente 140 milhões de pessoas no mundo com a condição.

Para a psicóloga Elyasmim Sobral, da Holiste Psiquiatria, o senso comum esconde a gravidade do problema e pode atrasar o tratamento, já que o transtorno tende a ser reduzido à ideia de mudanças bruscas de humor.

“Muitas pessoas pensam que se trata de uma oscilação frequente entre dois sentimentos, como tristeza e alegria. Contudo, o transtorno bipolar envolve mudanças complexas, que não se limitam aos altos e baixos, alegrias e tristezas.”

— Elyasmim Sobral, psicóloga

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A especialista explica que o quadro é uma questão séria de saúde mental, marcada por episódios que geralmente não aparecem de um dia para o outro, “mas se desenrolam ao longo da história do paciente e impactam intensamente o sujeito, seus pensamentos, relações sociais, laborais e nas próprias relações familiares”.

Homenagem a Vincent Van Gogh

Em homenagem ao pintor Vincent Van Gogh, que possivelmente sofria do transtorno, março é reconhecido internacionalmente como o mês de atenção ao transtorno bipolar.

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A data acende um alerta sobre a importância do tratamento para a qualidade de vida dos pacientes. Por isso, a psicóloga destaca que é importante combater a desinformação, e estar atento aos sinais do transtorno, também chamado de doença maníaco-depressiva, sobretudo em pessoas próximas.

Entenda quais são os sintomas

É reconhecido pela comunidade médica que a doença atinge mais os jovens, entre os 15 e 25 anos, mas em novos estudos epidemiológico há um pico tardio entre 45 e 55 anos.

Elyasmim explica que pessoas próximas podem notar os primeiros sinais de mudança no funcionamento do indivíduo.

Durante a fase de mania, por exemplo, a pessoa pode se tornar extremamente determinada a realizar projetos irreais, apresentar pensamentos acelerados e muitas vezes desorganizados, além de irritabilidade, impulsividade e falta de sono.

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Na hipomania, os prejuízos costumam aparecer no círculo íntimo, manifestando-se em conflitos nos relacionamentos e no trabalho. Já a fase depressiva do transtorno bipolar é muito comum após a hipomania ou a mania.

Tratamento e qualidade de vida

A profissional esclarece que o primeiro passo para qualquer pessoa que desconfie de um quadro de transtorno bipolar é falar com um psiquiatra ou psicólogo qualificado. Quanto antes a ajuda profissional chegar, melhor será a evolução do quadro e menor a possibilidade de impactos negativos na vida pessoal, profissional e financeira.

Para obter mais qualidade de vida, o tratamento é multidisciplinar e envolve até a família do paciente, que também precisa ser cuidada para conseguir oferecer o suporte necessário.

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