Promotor amigo depôs a favor de empresário acusado de racismo

São Paulo — Amigo do empresário Murilo Miyazaki, acusado de racismo contra um segurança do Rio Open de tênis, o promotor de Justiça do Ministério Público de São Paulo (MPSP) Rogerio Filocomo depôs a favor dele à Polícia Civil do Rio de Janeiro e disse não ter ouvido xingamentos racistas ou homofóbicos.

Veja:

Miyazaki e Filocomo são amigos de clube de campo. Eles foram juntos, em fevereiro, em uma excursão para o Rio Open, no Jockey Clube, no bairro da Gávea, no Rio de Janeiro.

O empresário foi expulso do Rio Open após se desentender com funcionários e seguranças do evento. Um segurança lhe acusou de tê-lo chamado de “macaco”.

Vídeos mostram momentos posteriores à discussão, em que Miyazaki se refere a outra funcionária como “comunista” e “sapatão” e ainda dá uma “carteirada” dizendo que é juiz e que pode prender o segurança do evento — ele nunca foi magistrado.

Segundo a denúncia do Ministério Público do Rio (MPRJ), que acusa Miyazaki de racismo, o promotor de Justiça estava presente no momento em que o crime ocorreu. A Promotoria afirma que o agente de segurança teria pedido a Filocomo para que tentasse acalmar o amigo, que estaria tumultuando uma partida de tênis.

Segundo o MP do Rio, após Filocomo conversar com Miyazaki, o empresário xingou o segurança.

Promotor alega não ter visto xingamentos

Em depoimento, o promotor de Justiça disse que joga tênis com Miyazaki e que eles beberam durante a tarde, antes de assistir à partida no Rio. Ele disse que o amigo estava alcoolizado e começou a fazer xingamentos e criticar a organização do torneio.

Segundo ele, Miyazaki disse não ter se sentido bem e avisou que iria embora. Foi quando, de acordo com o promotor, seguranças abordaram o empresário.

O promotor disse à Polícia Civil do Rio que questionou os seguranças, visto que “não viu nada do tipo” quando eles alegaram que levariam seu amigo por injúria racial.

Mesmo com a gravação em vídeo, o promotor também afirmou não ter ouvido nenhuma injúria homofóbica do empresário.

O promotor ainda afirmou, em defesa do amigo, que “inicialmente era apenas uma vítima e logo em seguida apareceu outra”. Ele diz que “permaneceu todo o momento, desde a chegada até a saída, e, em nenhum momento, ouviu palavras de cunho racista ou gordofóbico”.

O que diz a defesa de empresário

O advogado Marco Aurélio Asseff, que defende Murilo Miyazaki, afirmou que “cabe esclarecer” que o empresário “não proferiu palavras racistas”.

“O mal-entendido ocorreu durante a partida devido à exigência de silêncio. A defesa técnica de Murilo confia em uma solução amigável e negociada para a conclusão do processo”, disse.

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