Ação emergencial é iniciada para conter avanço do nível do mar em SP

São Paulo — O Governo de São Paulo iniciou uma ação emergencial na Barra do Una, na região de Peruíbe, no litoral de São Paulo, com o objetivo de conter o avanço do mar e mitigar os efeitos da erosão costeira. Entre as medidas, destaca-se a estruturação de uma barreira com a utilização de rochas, com a finalidade de frear o avanço da água e a degradação do solo.

As medidas fazem parte do Plano de Adaptação e Resiliência Climática da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil), que conta com um eixo específico sobre a preservação de zonas costeiras. Técnicos da SP Águas estiveram no local avaliando a aplicação de técnicas de enroncamento, que consiste na construção de estruturas de proteção utilizando pedras ou blocos de rocha, para estabilizar áreas críticas (veja abaixo).

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A ação emergencial também tem como objetivo a proteção das quatro famílias residentes na área, que enfrentam o risco de realocação devido ao avanço do mar. Como a água atingiu a via de acesso de residências próximas e ameaçou postes de energia e moradias, foram adotadas medidas emergenciais para a recomposição das estruturas.

Inicialmente, um material rígido foi utilizado para reforçar as vias de acesso. Contudo, as marés altas dos últimos dias deslocaram parte desse material para a faixa de areia, e a Prefeitura, com o apoio da Fundação Florestal, está realocando os insumos para assegurar a recomposição dos acessos enquanto outras ações de mitigação são implementadas.

Considerando estudos de batimetria e monitoramento com drone RTK de alta precisão, técnicos da SP Águas também estão avaliando a possibilidade de desassoreamento dos canais estuarinos e da foz do Rio Una, que migrou para o norte em decorrência da dinâmica natural dos cursos de água e da formação de um esporão arenoso. Essas medidas visam realinhar o curso do rio e reduzir a pressão erosiva sobre a margem esquerda.

Após avanço do mar, erosão

A erosão costeira é um fenômeno natural que ocorre nas áreas costeiro marinhas, também afetando o litoral sul do estado de São Paulo. O avanço do mar provoca a perda de áreas de praia, impacta a vegetação de restinga e ameaça casas e edificações próximas.

Segundo pesquisadores, as causas da erosão costeira na Barra do Una tiveram como fator principal a migração da desembocadura do Rio Una do Prelado para norte — barras de rios são dinâmicas e estão em constante mudança. Além disso, a ocorrência de eventos climáticos extremos nos últimos anos tem intensificado o processo erosivo em um trecho da praia.

A mobilização conta com a participação da Semil, Fundação Florestal, Instituto de Pesquisas Ambientais, SP Águas, além da Defesa Civil, prefeitura de Barra do Una e comunidade tradicional. A secretária da Semil, Natália Resende, deve realizar uma visita técnica à região na próxima semana.

Desde 2020, a Fundação Florestal tem desempenhado um papel de monitoramento e de gestão ambiental da região. Utilizando drones para capturar imagens aéreas detalhadas, a equipe coleta dados para compreender o processo erosivo e planejar intervenções eficazes.

Paralelamente, está em elaboração, junto ao Conselho Deliberativo da Reserva Ecológica Juréia-Itatins e com a participação da comunidade, do poder público e de pesquisadores, um Plano Comunitário de Adaptação à Erosão Costeira. Este plano definirá diretrizes e ações permanentes para o enfrentamento sustentável do problema, integrando estudos técnicos e a experiência prática acumulada no local.

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