Novo Hamburgo passa por mapeamento das áreas de risco após enchentes de 2024

Geólogos do Serviço Geológico do Brasil, da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (SGB/CPRM), juntamente à Defesa Civil de Novo Hamburgo, estão revisitando as áreas de risco do município para atualizar os dados coletados em 2019. Os trabalhos começaram no início da semana passada e finalizaram nesta segunda-feira (31).

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Áreas de córregos estão entre os locais mapeados

Foto: Dário Gonçalves/GES-Especial

De acordo com o último levantamento, a cidade possui 53 áreas de risco, incluindo deslizamentos, erosões e inundações. Destas 28 áreas estão classificadas como Risco Muito Alto e 25 como Risco Alto. Essas áreas abrangem 36.040 pessoas e 9.808 domicílios, segundo dados do Censo de 2022.

Os dados do mapeamento que está sendo feito agora deverão estar disponíveis até o fim de abril, mas conforme a geóloga Elyana Melo Moura, do SGB/CPRM, o número de áreas de risco deve diminuir, porém, as áreas afetadas serão maiores porque alguns pontos cresceram e se unificaram. “Antes, por exemplo, tínhamos duas áreas de risco que agora se tornaram uma única área maior do que antes”, explica. Além disso, muitos desses pontos aumentaram seu grau de “Risco Alto” para “Risco Muito Alto”, ampliando também a quantidade de pessoas em situação vulnerável.

O levantamento faz parte de um projeto nacional que ocorre, em média, a cada cinco anos, mas com variações conforme a necessidade de cada região. Em especial, todas as cidades gaúchas afetadas pela tragédia climática de maio de 2024 estão sendo priorizadas nesse processo.

Risco maior de inundações e erosões

A principal preocupação levantada pelos geólogos é o risco de inundações, especialmente após as enchentes de 2024. Também há alerta para erosões fluviais, que podem comprometer a estrutura das residências sem que os moradores percebam de imediato. O levantamento iniciou por bairros como Santo Afonso e Canudos, sendo que as áreas de morros ficaram para a etapa final, por apresentarem risco de deslizamentos. “Deslizamentos são imprevisíveis, mas ocorrem mais com chuvas fortes e intensas, somadas ao efeito humano, como construções inadequadas”, destaca Elyana.

O trabalho do SGB/CPRM envolve o uso de drones e equipamentos específicos para gerar mapas e relatórios. “Nosso papel é identificar essas áreas, pois somos um órgão de pesquisa. Não cabe a nós remover moradores, mas fornecer conhecimento para a prevenção e para direcionar ações de enfrentamento e obras necessárias”, acrescenta a geóloga.

Plano de contingência será atualizado com novos dados

A revisão das áreas de risco acontece paralelamente à elaboração do novo Plano de Contingência de Novo Hamburgo, que está em fase final de construção. De acordo com o diretor da Defesa Civil municipal, Gilson Amaral, o documento deve ser concluído até o fim de março e, inicialmente, será baseado nos dados de 2019. “Mas assim que tivermos os dados de 2025, vamos atualizar o plano, mesmo que ele tenha acabado de ser publicado”, afirma.

A Defesa Civil também vem adotando medidas para mitigar riscos na cidade. Entre as ações recentes, estão:

  • Hidrojateamento e desobstrução de bocas de lobo para melhorar o escoamento da água da chuva;
  • Desassoreamento de rios e arroios para ampliar a vazão e reduzir riscos de enchentes;
  • Mapeamento e monitoramento de áreas críticas, especialmente os 17 pontos da cidade que apresentam alagamentos frequentes.
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