Paraguai investiga ataque hacker do Brasil, que culpa gestão Bolsonaro

O governo do Paraguai informou, nesta segunda-feira (31/3), que investiga um suposto ataque hacker realizado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) contra autoridades paraguaias. Apesar da investigação, o ministro das Relações Exteriores do Paraguai, Rubén Ramírez Lezcano, destacou que não há evidências de que o Brasil tenha atacado os sistemas de computadores em busca de informações e disse que está em contato com o governo brasileiro.

“Temos a tranquilidade de que as informações que administramos no âmbito de nossas negociações internacionais estão protegidas”, indicou Lezcano ao ser questionado sobre a suposta invasão hacker.

Uma reportagem do portal Uol indicou que o governo brasileiro realizou uma ação hacker contra autoridades do Paraguai tendo como contexto as negociações pela tarifa da Usina de Itaipu, que tem os dois países como sócios. A operação de espionagem teria tido início ainda na gestão de Jair Bolsonaro (PL), em junho de 2022, e sido suspensa no governo Lula (PT), em 27 de março de 2023.

O ministro das Relações Exteriores do Paraguai pontua que atualmente não há negociações tarifárias entre os dois países, uma vez que os custos foram estabelecidos entre ambas as partes até 2027. “Estamos trabalhando de forma ordenada e com todas as ferramentas necessárias para salvaguardar as informações do nosso país”, completou Rubén Ramírez Lezcano.

A resposta do Brasil

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil indicou, por meio de nota, que ação cibernética citada foi realizada pela Abin no governo anterior e suspensa pela atual gestão. “A citada operação foi autorizada pelo governo anterior, em junho de 2022, e tornada sem efeito pelo diretor interino da ABIN em 27 de março de 2023, tão logo a atual gestão tomou conhecimento do fato”, diz nota divulgada pelo Itamaraty.

“O atual diretor-geral da ABIN encontrava-se, naquele momento, em processo de aprovação de seu nome no Senado Federal, e somente assumiu o cargo em 29 de maio de 2023”, argumentou ainda o Itamaraty.

Rubén Ramírez Lezcano enfatizou que conversou com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, que negou categoricamente que o atual governo tenha iniciado qualquer processo de espionagem.

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