RS-239: Número de mortes na rodovia cresce 50% no 1º trimestre de 2025

Após um período de estabilidade nos últimos seis meses de 2024, as ocorrências com mortes na RS-239 voltaram a preocupar no começo de 2025. Com 123,01 quilômetros, a rodovia é duplicada de Estância Velha até Taquara e é responsável por fazer a ligação entre os municípios de Portão e Maquiné.

Além disso, a 239 cruza outras dez cidades entre os Vales do Sinos e Paranhana: Estancia Velha, Novo Hamburgo, Campo Bom, Sapiranga, Araricá, Nova Hartz, Parobé, Taquara, Rolante e Riozinho.

Acidente na RS-239 em Araricá  | abc+



Acidente na RS-239 em Araricá

Foto: Reprodução/ Redes Sociais

No entanto, apesar de maior parte da extensão contar com pista dupla, mais pessoas morreram neste início de ano na rodovia em comparação ao mesmo período do ano passado. O comparativo foi feito com dados presentes no site do Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) entre os dias 1º de janeiro e 31 de março de 2025, o mesmo foi feito com referências do 1º trimestre de 2024.

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Em 2024, quatro acidentes registraram óbitos no período citado. Em cada ocorrência uma pessoa perdeu a vida. Já em 2025, foram seis mortes na RS-239, em seis acidentes distintos.

As mortes aconteceram nos quilômetros 29 (Sapiranga),47 (Parobé), 34 (Araricá), 54 (Taquara) e 63 (Rolante). Em Parobé foram dois óbitos e nos outros uma pessoa morreu em cada ocorrência.

O último aconteceu no início da tarde de domingo (30) e envolveu duas motocicletas no quilômetro 29, em Sapiranga. Os feridos foram encaminhados para o hospital, entretanto, Roni Figueira Tormes, 48 anos, não resistiu e morreu no Hospital de Sapiranga, tornando-se a 6ª vítima fatal da rodovia em 2025.

Na comparação entre os primeiros trimestres, o deste ano foi 50% mais mortal em relação ao do ano anterior. Vale lembrar que durante o 2024 inteiro foram registrados 17 acidentes fatais com 18 mortes. Destes, apenas um aconteceu entre o fim de setembro e 31 de dezembro, ou seja, os últimos três meses não foram letais na rodovia.

Associações se manifestam

Segundo o prefeito de Igrejinha, Leandro Hörrle, presidente da Associação dos Municípios do Vale do Paranhana (Ampara), os acidentes são causados por dois grandes problemas: o fato da rodovia operar acima de sua capacidade e a imprudência de motoristas e pedestres.

“Precisamos de uma 3ª pista em alguns casos e da duplicação no trecho que atualmente é de pista simples, entre Taquara e Riozinho.” Hörle explica que o governo do Estado chegou a criar grupos para discutir a privatização de rodovias gaúchas, no entanto, o Grupo 1, onde estava a RS-239, não foi adiante.

“A duplicação simplesmente parou e não chegou aos municípios de Taquara e Riozinho.” O presidente confirmou que a Ampara vai se reunir no dia 10 de abril para tratar sobre o assunto. “Precisamos de união, também com a Amvag (Associação dos Municípios do Vale Germânico).

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RS-239 em Novo Hamburgo  | abc+



RS-239 em Novo Hamburgo

Foto: Juliano Piasentin/ GES-Especial

O sentimento de preocupação é compartilhado pelo presidente da Amvag, Gaspar Behne, prefeito de Lindolfo Collor. “Estamos tentando uma agente com o governo do Estado e o Daer (Departamento Autônomo de Estradas e Rodagem). O objetivo é apresentar propostas de obras emergenciais.”

Entre as prioridades estão o cuidado com pedestres e também os retornos. “Com muitas empresas na nossa região os trabalhadores acabam atravessando em qualquer lugar, obstáculos precisam ser criados para evitar isso. Os retornos são outro problema, temos que criar alternativas, como rotatórias.”

Behne cita o número de acidentes que aumentam a cada semana. “Obras bem simples preservam vidas”, completa.

Acidentes com lesões

Se os acidentes com mortes aumentaram, àqueles com lesões corporais reduziram minimamente. Em 2025 são 48 sinistros, com 67 feridos. Os quilômetros com maior número de episódios foram: 14 e 15 (Novo Hamburgo), 22 (Campo Bom), 25 (Sapiranga) e 45 (Parobé). Nestes trechos, 24 pessoas acabaram lesionadas.

RS-239: Filho fica ferido após pai capotar carro em Parobé | abc+



RS-239: Filho fica ferido após pai capotar carro em Parobé

Foto: Isaías Rheinheimer/GES-Especial

Em 2024 eram 50 acidentes com 70 feridos no período. No total, o ano acabou com 218 ocorrências envolvendo lesões e 303 pessoas machucadas.

Sinalização e imprudência

Conforme a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) responsável pela administração da R-239, ações educativas são realizadas ao lado do CRBM. O objetivo é reduzir o número de acidentes e garantir uma viagem segura. “Ações como essas incentivam para um trânsito mais seguro e colabora para a preservação de vidas”, afirmou o diretor-presidente da EGR, Luís Fernando Vanacôr.

Além das medidas educativas, visando inibir a imprudência dos motoristas, a velocidade máxima permitida também foi reduzida, passando de 80km/h para 60 km;h entre os quilômetros 25 ao 80, em Sapiranga. Assim como o trecho do quilômetro 22, em Campo Bom.

A sinalização horizontal e vertical foi igualmente reforçada, com novas pinturas e placas de orientação. No total, 48 placas foram instaladas na região, controladores de velocidade de 50 km/h, também ajudam a evitar que os veículos trafeguem em alta velocidade.

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Sobre atropelamentos, são três passarelas na rodovia, duas em Sapiranga (kms 26 e 29,5) e uma em Parobé (km 47,5). São 13 dispositivos eletrônicos de controle de velocidade na extensão da estrada.

Ainda assim, pedestres insistem em atravessar em locais proibidos, aumentando o risco. Outro problema frequente é a imprudência dos motoristas no uso dos retornos. Ao se arriscar, as chances de colisões crescem consideravelmente, mesmo em velocidade reduzida.

Usuários reclamam também de caminhões em alta velocidade, muitas vezes dificultando a ultrapassagem de automóveis menores.

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