Caso de enfermeira sequestrada e morta em cativeiro tem desfecho quase 2 anos após o crime

Foram condenados a 45 anos de prisão seis pessoas envolvidas no assassinato da enfermeira Priscila Ferreira Leonardi, em 2023. A vítima foi morta de forma brutal em Alegrete, com 40 anos na época. A sentença foi proferida durante julgamento na segunda-feira (31).

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Priscila Ferreira Leonardi foi morta em Alegrete, em junho de 2023 | abc+



Priscila Ferreira Leonardi foi morta em Alegrete, em junho de 2023

Foto: Divulgação/MPRS

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Na sentença do juiz Rafael Echevarria Borba, os seis réus foram condenados por extorsão majorada qualificada pela morte da vítima. Cinco receberam, cada um, penas de 45 anos de prisão, e um deles, que fez a primeira delação premiada da história de Alegrete, teve uma pena de 30 anos de reclusão, com a redução de 1/3 da pena em função da colaboração com a investigação acerca dos detalhes do crime e delação dos demais comparsas.

Três dos seis criminosos também foram condenados por ocultação de cadáver. Todos os réus deverão cumprir suas penas em regime inicial fechado.

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Conforme o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS), este “foi um caso de extrema complexidade e dificuldade em desvendar os crimes, pois havia o envolvimento de uma organização criminosa que, como o próprio nome diz, ‘organizou’ cada detalhe”.

O órgão afirma que o número de envolvidos também aumentou o grau de dificuldade à investigação, e que foi necessário o ajuizamento de dezenas de medidas cautelares pelo MPRS, incluindo busca e apreensão de celulares e documentos, busca e apreensão de vestígios no cativeiro, quebra de sigilo telefônico, telemático (de mensagens) e bancário de todos os envolvidos, para desvendar eventuais saques ou transferências e acessos às contas da vítima, bem como ligações e mensagens entre os comparsas.

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Primo entre os condenados

Naquele ano, a enfermeira viajou da Irlanda para o Brasil para resolver pendências dos bens e valores do inventário de seu pai, mas acabou sequestrada e morta por um grupo do qual fazia parte um primo e integrantes de uma facção criminosa.

Conforme a denúncia do MPRS, o primo da vítima acreditava que ela possuía grande quantia em dinheiro em suas contas bancárias e também tinha interesse em ficar com a casa do pai da enfermeira, onde ele residia, e planejou o crime com auxílio da facção, para sequestrar e extorquir Priscila.

O plano acabou dando errado e a enfermeira foi morta em junho de 2023, no cativeiro, durante o sequestro, sem ocorrer o saque do dinheiro das suas contas bancárias. O corpo da vítima foi encontrado às margens do Rio Ibirapuitã no dia 6 de julho, e a perícia concluiu que houve morte por espancamento e estrangulamento.

Em audiência judicial realizada um ano após o crime, uma das testemunhas do processo, já na fase judicial, revelou qual dos envolvidos teria matado Priscila. Ela não havia falado anteriormente por temer represálias da facção, e relatou que o acusado, que seria o responsável pela vigília da enfermeira no cativeiro, tentou estuprá-la e acabou matando-a.

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