Embaixador revela expectativa para nova conversa entre Lula e Zelensky

O embaixador do Brasil na Ucrânia, Rafael de Mello Vidal, revelou que a diplomacia brasileira vê com “satisfação” a retomada de diálogo entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Volodymyr Zelenskyk. 

Rusgas

• Desde que assumiu o governo do Brasil pela terceira vez, Lula tem sido criticado por sua postura diante da guerra entre Rússia e Ucrânia. 
• Zelensky acusou o presidente brasileiro de ter posturas que favorecem a Rússia, membro do Brics, assim como o Brasil.
• O governo brasileiro chegou a apresentar um plano de paz para a guerra, junto da China. A proposta, contudo, foi rechaçada por Zelensky. 
• Lula defendia que as discussões de paz envolvessem os dois lados da guerra, e não só a Ucrânia, como acontecia em cúpulas anteriores.
• Desde o último ano, o diálogo entre Lula e Zelensky é quase nulo, apesar de as diplomacias de Brasília e Kiev manterem contatos.

Ao Metrópoles, o diplomata afirmou que o Brasil está pronto para ajudar nos diálogos de paz envolvendo o conflito entre Ucrânia e Rússia.

“Vemos com satisfação que o governo ucraniano reconheça no Brasil e no seu governo um aliado da paz e do diálogo, o que sempre fomos e sempre seremos. Tendo condenado a invasão e defendido a soberania e integridade territorial da Ucrânia, estamos prontos, e sempre estivemos, como disse o presidente Lula, para ajudar em todas as conversas que levem ao fim dessa guerra terrível”, disse Vidal.

O embaixador brasileiro voltou a defender que o governo Lula prega o diálogo, e não uma solução militar, para a guerra. Por isso, ele voltou a lembrar de uma proposta de paz apresentada em maio de 2024 em conjunto com a China. 

“A iniciativa brasileira, conjunta com a China, jamais ousou avançar sobre as questões essenciais nesta guerra, como territoriais ou de segurança coletiva europeia: centrou-se em facilitar a construção de uma ponte que leve os dois países a dialogar. Temos uma Parceria Estratégica com a Ucrânia, lançada em 2009 pelo Presidente Lula, e temos uma aliança estratégica com a Rússia desde 2005, também no governo Lula. Desejamos que ambos os países possam viver em paz e cooperação, ultrapassando o longo período de desconfianças e conflitos”, afirmou o diplomata.

Apesar das rusgas no diálogo nos últimos meses, o representante brasileiro em Kiev se mostrou satisfeito com a retomada das conversas entre Brasil e Ucrânia. “Sabemos falar de paz e isso é o que queremos oferecer ao governo ucraniano desde o início. Parecia tão fácil de entender nossa posição diplomática, mas, se ocorre agora, sempre é hora”, destacou.

Até o momento, tanto o governo brasileiro quando o ucraniano ainda não divulgaram datas ou maiores informações sobre a conversa entre Lula e Zelensky.