Fluxo e minério de ferro: o que faz o Ibovespa subir forte no 1º pregão do mês

A valorização de 1,86% do minério de ferro estimula o Ibovespa nesta manhã de terça-feira, 1º de abril, que mira o nível dos 131 mil pontos, um dia antes da efetivação do plano de tarifas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A alta aqui destoa da queda das bolsas em Nova York, em meio a incertezas relacionadas às medidas.

Neste cenário, alguns investidores têm alocado recursos em mercados emergentes, como o Brasil, aproveitando oportunidades, cita Henrique Lenzi, operador de renda variável da Manchester Investimentos.

“Há uma grande expectativa com o anúncio das tarifas. Num primeiro momento, Trump tem ido na linha de dar uma martelada – fala-se agora que o país considera impor tarifa de cerca de 20% à maioria das importações. Depois, revisa. Isso traz incerteza aos mercados”, completa Lenzi.

Conforme o operador de renda variável da Manchester, as dúvidas com o tarifaço tem elevado as preocupações com uma desaceleração da economia americana, o que acaba atraindo fluxo para países como o Brasil. “Vem não por fundamentos, pois aqui nada mudou principalmente em relação ao fiscal. Não vimos nenhuma melhora fundamentalista no Brasil”, acrescenta.

Neste cenário, o fluxo de capital externo na B3 está positivo em R$ 12,463 bilhões. Para o economista-chefe da Monte Bravo, Luciano Costa, encontrar uma explicação para a entrada de recursos internacionais passa pelas incertezas envolvendo as políticas comerciais do governo Trump. Em meio a essas dúvidas, relembra, o dólar se enfraqueceu não só em relação ao real, mas ante outras moedas de países emergentes. Isso, diz Costa, trouxe novamente um apetite a risco.

Leia também

Ibovespa Ao Vivo: Bolsa sobe em dia de oscilação, de olho nas tarifas nos EUA

Índices nos EUA recuam na expectativa por mais clareza sobre tarifas do governo Trump

Minério de ferro sobe em Dalian com aumento da demanda da China

Contrato de maio mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China fechou em alta de 1,86%, a 792 iuanes (US$108,98) a tonelada

“Diminuiu um pouco o apetite de risco dos investidores por ativos americanos e isso abre espaço para uma realocação, para uma rotação de investimentos. E o Brasil, dentro dos emergentes, acaba sendo um mercado preferencial”, afirma o economista-chefe da Monte Bravo.

Ontem, o Índice Bovespa fechou em baixa de 1,25%, aos 130.259,54 pontos mas concluiu o mês e o primeiro trimestre com ganhos de 6 08% e 8,29%, pela ordem.

“Será preciso avaliar os impactos e consequências, além de eventuais mudanças no curso das medidas dos Estados Unidos. Isso significa dizer que a prudência nos investimentos de risco e a volatilidade dos mercados devem continuar”, estima Alvaro Bandeira, coordenador de Economia da Apimec Brasil.

No foco dos investidores hoje ficam PMIs no exterior e no Brasil. Além disso, o mercado monitora falas do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em sessão solene na Câmara em homenagem aos 60 anos do BC e depois se reúne com o CEO do Banco Master, Daniel Vorcaro, em meio à compra de uma fatia da instituição pelo BRB (BSLI3;BSLI4), por R$ 2 bilhões. Pessoas envolvidas na negociação não descartam a entrada também do BTG Pactual (BPAC11) na operação. Fora do Ibovespa, ontem as ações do BRB dispararam quase 90%. Hoje, arrefeciam os ganhos para 16% (ON) e 10% (PN).

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que cumpre agenda em Paris, também fica no radar. Nesta manhã, Haddad ressaltou que os Estados Unidos têm posição confortável em relação ao Brasil, pois o país é superavitário. “Nos causaria certa estranheza se o Brasil sofrer retaliação injustificada dos EUA.”

Em documento publicado ontem, os EUA acusam o Brasil e uma série de outros nações de imporem numerosas barreiras e tarifas contra produtos americanos.

Amanhã, Trump, anunciará as “tarifas recíprocas” contra produtos estrangeiros de parceiros comerciais e nos próximos dias é esperado que a Casa Branca imponha tarifa de 25% a carros importados. O republicano disse que os EUA serão “mais gentis; relativamente mais lenientes”.

Às 11h25, Vale (VALE3) subia 1,34% e Petrobras, entre 0,94% (PN; PETR4) e 1,05% (ON; PETR3). Sobre as empresas ainda ficam no foco informações divulgadas ontem à noite.

Quanto à estatal, a Petrobras firmou um acordo de cinco anos renováveis por igual período com o Instituto Francês do Petróleo e Energias Renováveis (Ifpen) para pesquisa, desenvolvimento e inovação voltados a projetos de transição energética e descarbonização. Já em relação à mineradora, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais determinou que a companhia retome o pagamento de auxílio emergencial a atingidos de Brumadinho, em Minas Gerais.

No horário citado acima, o Ibovespa subia 0,67%, aos 131.133,82 pontos, ante elevação de 0,74%, na máxima aos 131.220,06 pontos, e depois de ceder 0,14%, com mínima em 130.080,54 pontos.

The post Fluxo e minério de ferro: o que faz o Ibovespa subir forte no 1º pregão do mês appeared first on InfoMoney.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.