Ibovespa fecha em alta mesmo com expectativas para tarifas de Trump

Ibovespa sobe com negociações de paz e tensões comerciais

O mercado financeiro brasileiro fechou o pregão desta terça-feira, 1º de abril de 2025, com um desempenho positivo, apesar das incertezas globais em torno das tarifas comerciais dos Estados Unidos. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, registrou uma alta de 0,94%, fechando a 131.357 pontos, refletindo o otimismo de investidores que seguem atentos aos impactos das políticas econômicas norte-americanas.

De acordo com Renoir Vieira, Sócio da Duna Consultoria, as expectativas em relação às tarifas impostas pelo presidente Donald Trump, previstas para serem anunciadas amanhã, continuam a gerar tensão no mercado. “Estamos em um momento de volatilidade, e a incerteza sobre o futuro das tarifas dos Estados Unidos está deixando os investidores cautelosos, tanto aqui quanto no mercado global”, afirmou o especialista durante sua participação no programa Closing da BMC News.

Apesar desse cenário de apreensão, o mercado brasileiro conseguiu se destacar. A Vale foi um dos grandes destaques do dia, com uma alta de 1,23%, impulsionada pelo anúncio de uma joint venture com a Global Infrastructure Partners (GIP) para a criação da Aliança Energia, uma empresa focada em energia renovável. A movimentação deve resultar em um aporte de US$ 1 bilhão para a mineradora, além de garantir 30% de participação na nova empresa. “Essa parceria é uma excelente notícia para a Vale, especialmente considerando que ela traz um valor significativo, além de um foco estratégico na energia renovável, o que é muito importante para o futuro da companhia”, destacou Renoir Vieira.

Destaques setoriais

Além da Vale, outras ações também chamaram a atenção dos investidores, com altas expressivas em vários setores. Açaí, que subiu 5,17%, foi a maior alta do dia, seguida por Minas e Vivo, ambas com alta de 4,7%. No setor de educação, Cogna também teve bom desempenho, subindo 3,35%. A movimentação no mercado de commodities também foi positiva, com a Petrobras (Petrobras) e outras grandes empresas do setor registrando altas significativas.

Por outro lado, algumas ações enfrentaram quedas. Natura, por exemplo, teve uma desvalorização de 6,91%, fechando a R$ 9,30, enquanto Braskem caiu 2,5% e o Pão de Açúcar registrou uma perda de 2,27%.

Impacto das tarifas dos EUA

O grande tema do dia foi, sem dúvida, as tarifas que os Estados Unidos devem anunciar amanhã. Segundo Renoir Vieira, a situação segue incerta, mas o Brasil tem algumas vantagens nesse cenário. “O que a gente pode perceber é que a guerra comercial entre os EUA e outros países, especialmente na área de commodities, tem favorecido o Brasil, principalmente no setor agrícola e mineral”, afirmou. “Os produtores americanos, por exemplo, já reconheceram que essa disputa está ajudando o Brasil”, completou.

Apesar de algumas turbulências no mercado, a visão de Vieira é de que o Brasil, comparado aos EUA, está se saindo melhor nesse ambiente de volatilidade. Ele destacou que a bolsa brasileira tem mostrado um desempenho relativamente bom, especialmente quando comparada com as bolsas americanas, que têm enfrentado mais dificuldades devido à incerteza sobre o protecionismo de Trump.

Expectativas para o futuro

O mercado segue atento aos próximos movimentos globais. A política comercial dos Estados Unidos continua sendo um fator determinante para os rumos do mercado financeiro, e, segundo Renoir, “os investidores precisam ter paciência e calma neste momento, pois as incertezas vão continuar a afetar as oscilações do mercado”.

Além disso, os investidores também estão esperando por dados econômicos importantes, como o PMI do setor industrial e os relatórios de emprego, que têm o poder de impactar diretamente as expectativas econômicas tanto nos EUA quanto no Brasil.

Mercado Internacional

O mercado internacional também seguiu de perto os desenvolvimentos em torno das tarifas comerciais dos EUA. Nos Estados Unidos, os índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq passaram o dia operando próximos à estabilidade, já refletindo as expectativas de um possível aumento nas tarifas sobre veículos e seus componentes. No entanto, há uma grande expectativa para ver como essas tarifas podem afetar empresas globais como a Toyota, Honda e Volkswagen, além das montadoras americanas.

Na Ásia, após um período de volatilidade, os mercados reagiram positivamente. O índice japonês Nikkei subiu 0,35%, enquanto o Hang Seng de Hong Kong e o KOSPI da Coreia do Sul também registraram ganhos.

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