Recuperações judiciais no agro batem recorde em 2024, diz Serasa

O agronegócio brasileiro registrou um número recorde de recuperações judiciais no ano passado, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (1º/4) pela Serasa Experian.

Segundo o levantamento, houve uma alta de 138% nas recuperações judiciais do agro em 2024, na comparação com o ano anterior. O total foi de 1.272 solicitações.

O resultado foi impulsionado, sobretudo, pelo expressivo aumento de 350% nos pedidos apresentados por produtores rurais pessoa física (556 solicitações no ano passado).

“A alta da taxa de juros, aliada ao aumento dos custos de produção com insumos agrícolas – que ficaram mais caros devido à inflação e à desvalorização cambial –, foram alguns dos desafios principais e, para além disso, tivemos o agravante das adversidades climáticas”, avalia o head de agronegócio da Serasa Experian, Marcelo Pimenta.

O ano passado foi marcado pela quebra histórica da safra de grãos, que foi duramente afetada por fenômenos climáticos no país, após uma colheita recorde de soja e milho em 2023.

Mais dados

Em 2024, segundo a Serasa Experian, os grandes proprietários fizeram 132 solicitações, ante 113 dos pequenos e 97 dos médios produtores.

Os produtores rurais pessoa jurídica, por sua vez, foram responsáveis por 409 pedidos de recuperação judicial, o que representou uma alta anual de 152,5%.

Apesar do crescimento significativo nos pedidos de recuperação judicial, a Serasa afirma, em nota, que o número absoluto de solicitações ainda é pequeno se considerado o universo de cerca de 1,4 milhão de produtores que tomaram crédito rural nos últimos 2 anos.

Ainda de acordo com a Serasa Experian, as empresas que têm atuação relacionada ao agro fizeram 297 pedidos de recuperação judicial no ano passado. Em relação a 2023, o crescimento foi de 21,2%.

Recuperação judicial

A recuperação judicial é um processo que permite às organizações renegociarem suas dívidas, evitando o encerramento das atividades, demissões ou falta de pagamento aos funcionários.

Por meio desse instrumento, as empresas ficam desobrigadas de pagar aos credores por algum tempo, mas têm de apresentar um plano para acertar as contas e seguir em operação.

Em linhas gerais, a recuperação judicial é uma tentativa de evitar a falência.

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