Senador dos EUA discursa há mais de 15 horas em crítica a Donald Trump

O senador democrata Cory Booker (Nova Jersey) discursa há mais de 15 horas no plenário do Senado norte-americano em protesto contra as ações do presidente Donald Trump. A fala começou às 19h de segunda-feira (31) e se estendeu até a manhã desta terça-feira (1º), com o parlamentar afirmando que continuará “enquanto for fisicamente capaz”.

“Eu me levanto esta noite porque acredito sinceramente que nosso país está em crise”, afirmou Booker logo no início da maratona. “Em apenas 71 dias, o presidente dos Estados Unidos infligiu tantos danos à segurança dos americanos, à estabilidade financeira e aos fundamentos da nossa democracia.”

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O discurso, no entanto, não tem caráter obstrutivo — não se trata de um “filibuster” no sentido técnico, pois Booker não está bloqueando nenhuma votação. Ainda assim, sua fala mantém o Senado aberto e mobiliza a equipe do plenário e policiais do Capitólio durante a madrugada.

O senador — que integra a liderança democrata na Casa — atacou diretamente propostas do Partido Republicano, especialmente a ameaça de cortes no programa de saúde pública Medicaid. Segundo ele, tais medidas afetariam milhões de norte-americanos.

Booker também resgatou o legado do senador John McCain, falecido em 2018, para ilustrar sua crítica à política de saúde dos republicanos. “Vi você destruir as pessoas neste plenário, democratas e republicanos, por fazerem a mesma coisa estúpida repetidamente”, disse, dirigindo-se simbolicamente a McCain.

“Estamos criando uma crise de saúde crescente. E, ao invés de buscar soluções reais, estamos retrocedendo ou repetindo erros do passado”, afirmou Booker, em tom inflamado.

O Senado norte-americano tem um histórico de discursos longos como forma de protesto simbólico. O recorde ainda pertence a Strom Thurmond, que falou por 24 horas e 18 minutos contra o Ato dos Direitos Civis de 1957. Entre outros casos famosos, estão Chris Murphy (2016), Rand Paul (2015), Ted Cruz (2013) e Jeff Merkley (2017).

A fala de Booker ocorre em meio ao aumento da pressão sobre os líderes democratas para enfrentarem de forma mais agressiva a nova administração Trump, que retomou a Casa Branca no início de 2025.

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