Vereadora do PSol aciona MPSP por ofensas racistas no TikTok

São Paulo — A vereadora Keit Lima (PSol) acionou o Ministério Público de São Paulo (MPSP) por ofensas raciais e gordofóbicas recebidas em comentários de publicações do seu perfil oficial do TikTok.

Segundo a notícia-crime apresentada ao Grupo Especial de Combate aos Crimes Raciais e de Intolerância (GECRADI), alguns dos ataques ocorreram após a parlamentar postar um vídeo em 18 de fevereiro comemorando a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado.

Nos comentários da publicação, usuários mencionaram a unidade de medida “arroba” para se referir ao peso da vereadora, em referência a falas racistas proferidas anteriormente por Bolsonaro. Keit Lima também relata ter sofrido ameaças de agressão e intimidação.  “Canhão rídiculo. Aguarde. O teu e dos petralhas está guardado”, escreveu um usuário.

Um comentário feito em outra publicação da vereadora menciona o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco como forma de ameaça contra Keit. “Tu não quer visitar Marielle Franco onde ela está, não?”, diz a mensagem denunciada. Segundo a ação, a própria plataforma chegou a filtrar comentários com teor criminoso, como uma mensagem que dizia “a sua hora vem”.

“Risco à integridade física”

Para Keit Lima, os ataques são uma “tentativa de macular sua reputação, dignidade e decoro, além de representar um risco à sua integridade física”.

“Mais uma vez fui vítima de ataques racistas por parte de quem não consegue ver uma mulher preta, favelada e nordestina ocupar o cargo de vereadora na maior cidade da América Latina. Corpos negros ocupando espaços de poder já são, por si só, uma resposta ao racismo. Mas, obviamente, o combate ao racismo se faz por meio de uma educação antirracista, maiores punições e com muita luta”, diz a parlamentar.

A defesa da vereadora argumenta que a liberdade de expressão não é um direito absoluto e não ampara a prática de racismo e ofensas à honra. Na ação, a parlamentar pede a quebra do sigilo telemático dos usuários identificados. Os prints das mensagens foram encaminhados ao MPSP.

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