Funcionário torturado pelo chefe terá que amputar o resto do dedo

Continua bastante complexa a situação do homem de 49 anos que foi mantido preso e torturado durante dez horas no ferro-velho em que trabalhava, em Canoas. O caso foi registrado no último dia 22, quando o chefe o agrediu com uma furadeira, martelo, choques elétricos e o obrigou a cortar o próprio dedo.

Por medo, o trabalhador deixou Canoas com a família e, desde então, a situação dele não melhorou, segundo relata a esposa, Clarice Silva da Silva.

A mulher relata que o marido não reagiu bem aos anti-inflamatórios. Ele acabou piorando e precisou regressar a um hospital. 

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“A mão dele inflamou e piorou muito”, lamenta. “De repente, eles vão precisar amputar até a altura da mão.”

A situação é mais grave porque, desde então, o casal com quatro crianças está fora de casa e sem dinheiro. Clarice conta que auxiliava na renda familiar por meio das faxinas que fazia na cidade.

“Tivemos que largar tudo e a situação está muito difícil”, diz. “Hoje, as crianças nem tomaram café, porque não tinha nada para comer”, revela.

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Conforme Clarice, a situação é cada vez mais grave porque os gastos com remédios não param.
“A situação é crítica”, afirma. “Hoje mesmo tive que comprar antibiótico. Ele vai ter que tirar todo o dedo da mão até em cima.”

Clarice diz que qualquer ajuda, neste momento, seria de grande utilidade. Ela coloca à disposição o Pix 00165057009, CPF de Clarice Silva da Silva, para quem puder colaborar com qualquer valor.

“Toda a ajuda é bem-vinda, porque agora estamos com nada”, desabafa. “O dinheiro acabou, mas não vamos mais voltar para Canoas.”

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Sangue-frio

Desde o final de semana, circula, por meio das redes sociais, imagens gravadas em vídeo da tortura gravada na empresa de sucata. As imagens, conta a esposa, chegaram até ela nesta semana.

“Eu olhei o vídeo da tortura e não dá para acreditar que existem pessoas com tanto sangue-frio”, lamenta.

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Entenda o crime

Ao se apresentar para trabalhar no dia 22 de março, o homem de 49 anos foi dominado pelo próprio patrão, na sucata em que trabalhava, no Centro de Canoas. A partir de então, ele passou a ser torturado.
A violência durou mais de dez horas, segundo a Polícia, até a vítima conseguir escapar e pedir ajuda.

Durante este período, ele teve os joelhos machucados com uma furadeira e também foi obrigado a cortar o próprio dedo.

O caso veio à tona na última quinta-feira (27), quando agentes da 1ª Delegacia de Polícia prenderam o dono do ferro-velho, apontado como o responsável pelo cárcere e por torturar a vítima.

Segundo o delegado Marco Guns, que conduz a investigação, o homem acabou torturado porque o patrão imaginava que ele havia furtado uma soma em dinheiro da sucata, contudo nenhum furto ficou comprovado.

“Ele [o suspeito] pensava que estava sendo roubado, mas nada justifica tamanha raiva contra outro ser humano”, disse.

Além da furadeira e do alicate usado para cortar o dedo, a Polícia Civil apontou que a tortura incluiu maçarico e água fervente largada nas costas da vítima.

“No local, foram encontrados os instrumentos usados no crime, além de uma arma de fogo, tipo garrucha, usada para ameaçar a vítima.”

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