Ator Felipe Titto ergue agência de gerenciamento artístico que movimenta R$ 800 mi

Ator, apresentador e empresário, Felipe Titto vem mostrando que seu talento vai muito além das câmeras. No programa Do Zero ao Topo, apresentado por Mariana Amaro, ele compartilhou os bastidores da criação da Titânio, sua agência de gerenciamento artístico que hoje movimenta cerca de R$ 800 milhões em receita gerada por seus clientes. Mas o número impressionante é só a ponta do iceberg de uma jornada que envolve estratégia, gestão financeira e uma postura firme como investidor.

Titto relembra que a Titânio nasceu para gerir carreiras de artistas, músicos e atletas — algo que ele começou ainda em paralelo à sua carreira artística. “Comecei a fazer o gerenciamento de forma independente, e depois assumi 100% da operação”, contou. O desafio maior veio com a sazonalidade de receitas, especialmente no digital. “Tinha mês que eu vendia R$ 10 milhões em campanhas, e no mês seguinte, só R$ 1 milhão. Eu precisava ter um senso financeiro muito alinhado.”

Foi aí que decidiu migrar do CPF para o CNPJ, assumindo o controle direto sobre empresas e contratos mais longos. A mudança foi crucial para garantir previsibilidade de receita e escalabilidade. “Essa virada de chave foi o que fez a agência decolar”, afirma.

Hoje, com mais de 120 colaboradores distribuídos entre São Paulo e Florianópolis, a Titânio opera com uma estrutura verticalizada.

Sócio “chato”

Além de empresário e artista, Felipe Titto também é investidor — e um dos mais exigentes. Com 13 empresas em seu portfólio pela Mandala Investimentos, ele já participou do Shark Tank Brasil e é direto ao dizer que não coloca dinheiro facilmente. “O dinheiro é suado. Antes eu olhava muito a parte técnica, projeção, nicho, concorrente… mas percebi que isso não significava muita coisa”, conta.

Hoje, sua principal análise é sobre quem está por trás do negócio.

Essa atuação mais próxima envolve reuniões semanais de conselho e um olhar atento para os gargalos operacionais. “Toda vez que eu entro numa empresa, eu avalio o que está deficitário e o que consigo suprir com a estrutura que já tenho dentro de casa. Mas quem executa é o empreendedor. Eu não vou virar funcionário de ninguém”, diz.

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Como dar conta

Atuando como empresário, investidor, ator e apresentador, Felipe Titto se define como alguém que vive dias “infinitos”. A agenda é cronometrada, com reuniões fixas para cada negócio e um sistema de acompanhamento muito bem estruturado. “Não dá pra fazer nada relevante sozinho. Tenho sócios operacionais em cada empresa e um time afiado que me reporta os acontecimentos importantes — ou as emergências, que vão direto pro grupo do WhatsApp, o famoso ‘grupo do desespero’”, relata.

Entre seus negócios, estão desde uma rede de hotéis chamada Cabana Home até uma operação de sorvetes com exclusividade em diversos shoppings. “A gente começou o ano com previsão de 30 lojas e já migramos para 35, porque surgiram novas oportunidades boas”, diz.

Para ele, empreender é construir, mas também é saber lidar com o inesperado. “Já aconteceu de hóspede acordar com cobra no quarto, de cair ponte no hotel. É problema o tempo inteiro, mas faz parte do jogo”, conta.

No fim, o segredo de Filipe Titto parece estar na combinação de visão estratégica, coragem para mudar de rota e uma obstinação por fazer bem feito — seja nos palcos, nos investimentos ou nos bastidores da sua agência de marketing.

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