Bolsonaro se reúne com 7 governadores em SP antes de ato pela anistia

São Paulo — O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniu com sete governadores na manhã deste domingo (6/4), no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, antes da manifestação pela anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes, em Brasília, foram invadidas e depredadas.

Além do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), anfitrião do encontro, estiveram presentes (na ordem que aparece na foto de destaque) os governadores Romeu Zema (Minas Gerais)), Jorginho Mello (Santa Catarina), Ronaldo Caiado (Goiás), Wilson Lima (Amazonas), Ratinho Júnior (Paraná) e Mauro Mendes (Mato Grosso).

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), havia confirmado presença, mas desistiu de ir ao ato em favor da anistia a presos do 8 de Janeiro por causa das fortes chuvas que atingiram o estado do Rio neste fim de semana.

Principal organizador do ato, o pastor Silas Malafaia acredita que quanto mais governadores forem à Paulista mais respaldo a mobilização terá para dar urgência à tramitação do projeto de lei sobre a anistia na Câmara dos Deputados. O pastor diz que a presença de chefes do Executivo de vários estados remonta à mobilização feita há quase uma década, no mesmo endereço, para pedir o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

“Isso [participação dos governadores] tem uma importância, porque representa poder político, para pressionar deputados”, disse Malafaia ao Metrópoles. “A última vez que teve vários governadores foi em 2015. Então, tem 10 anos que não tem um movimento, com tanto político como esse”, acrescentou o líder religioso, que insistiu até o último minuto para que o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), fosse ao ato deste domingo. Caiado lançou pré-candidatura à Presidência na sexta-feira (4/4) e deve comparecer porque não está disposto a perder a exposição do evento deste domingo, com todos os holofotes políticos voltados à Avenida Paulista.

Bolsonaro também atuou para que mais governadores topassem ir à Paulista na manifestação pela anistia aos envolvidos nos atos do 8 de Janeiro. O governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), acertou sua ida ao ato após almoçar com o ex-presidente no Palácio Iguaçu, sede do governo paranaense, nessa sexta-feira (4/4). Segundo um parlamentar próximo a Bolsonaro, a ideia de reunir muitos governadores é mostrar que a pauta da anistia supera qualquer divisão da direita na disputa por espaço eleitoral em 2026.

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Apoiador de Bolsonaro discute com mulher que gritou “sem anistia” na Avenida Paulista, antes de manifestação pela anistia aos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro, convocada pelo ex-presidente

Sam Pancher/Metrópoles

 

Anistia aos presos do 8/1

Mais de 500 pessoas já foram condenadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por participação nos atos antidemocráticos. As penas  variam de três a 17 anos de prisão. Os crimes pelos quais foram condenados são: tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa e deterioração de patrimônio público.

Os bolsonaristas consideram que o Supremo, na figura do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, está perseguindo os apoiadores do ex-presidente e que as penas impostas são exageradas. Por isso, articulam a aprovação de um projeto de lei no Congresso para anistiar todos os envolvidos nos atos de 8/1.

A anistia virou pauta única da manifestação deste domingo, ao contrário do que ocorreu em Copacabana, no Rio de Janeiro, há três semanas. E o batom, usado por Michelle Bolsonaro (PL) em um vídeo de convocação para a Paulista, virou o símbolo do ato de São Paulo.

O símbolo faz alusão ao caso da cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos, de 39 anos, que usou um batom para escrever a frase “Perdeu, mané” na escultura “A Justiça”, em frente ao STF, durante os atos de 8 de Janeiro. Ele ficou dois anos presa e agora está em prisão domiciliar, no interior paulista.

Neste domingo, vários manifestantes levaram batom para a Avenida Paulista, dizendo que essa é a “arma” usada pelos bolsonaristas e pela qual Débora pode pegar 14 anos de prisão — os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino já votaram pela condenação por essa pena, mas o julgamento dela foi suspenso após pedido de vista do ministro Luiz Fux.

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