“Se meu filho foi morto, existe um culpado”, diz mãe de jovem de Canoas, morto na capital

A Polícia Civil confirmou, neste domingo (06), que apura as circunstâncias que culminaram nas mortes de dois jovens, que saíram de Canoas e acabaram encontrados sem vida em Porto Alegre.

Morte de Matheus Emiliano Alves Machado, 23 anos, e de amigo dele, é apurada pela Polícia Civil



Morte de Matheus Emiliano Alves Machado, 23 anos, e de amigo dele, é apurada pela Polícia Civil

Foto: ARQUIVO PESSOAL

O caso surgiu na manhã da última segunda-feira (31), quando os corpos das duas vítimas foram vistos na Avenida Portuária da capital, no bairro Humaitá, com sinais claros de violência.

Segundo o delegado André Luiz Freitas, respondendo interinamente pela 2ª Delegacia de Polícia e Proteção à Pessoa da capital, tudo indica que as vítimas acabaram assassinadas e depois abandonadas na via portuária.

“O caso está em andamento e por enquanto não podemos divulgar mais detalhes para não comprometer a apuração”, explica. “Tudo indica um duplo homicídio, mas não há indícios claros a respeito da motivação por trás das mortes”.

Os jovens com 23 e 17 anos saíram do bairro Mato Grande, em Canoas, no final da tarde do dia 28 de março e não regressaram mais à cidade. Foi registrada a ocorrência de desaparecimento diante da falta de comunicação no dia seguinte.

Mãe de Matheus Emiliano Alves Machado, 23 anos, Cláudia Machado lembra que, por volta de 20 horas do dia 28, já não conseguiu mais se comunicar com o filho, momento em que começou a ficar preocupada.

“Começamos a ficar preocupados e então registramos uma ocorrência de desaparecimento no dia seguinte”, conta. “Fizemos buscas por hospitais e UPAs, mas não conseguimos nenhuma informação”.

O choque acabou sendo enorme quando, na segunda-feira, foi informada sobre a morte do filho e também do amigo que estava com ele ao sair de Canoas.

“Eram dois jovens trabalhadores, que saíam de casa para trabalhar, com o compromisso de voltar para casa e ajudar suas mães”, afirma. “O Matheus completaria 24 anos em maio e me ajudava a sustentar a casa e os irmãos menores, inclusive”, acrescenta.

Inconformada, a trabalhadora com 41 anos disse ter recebido férias da empresa e agora cobra da Polícia Civil apenas uma resposta sobre a morte do filho. Não quer que ele se torne estatística, mais um número na violência da capital.

“Se meu filho foi morto, existe um culpado e, como mãe, mereço uma resposta. Quero que a Polícia se empenhe e ache os culpados e que sejam punidos. Isso não pode cair no descaso. Quero a verdade, porque a dor que sinto é enorme”, diz.

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