Analista vê reversão de tendência do dólar e alerta sobre suportes das bolsas nos EUA

A escalada das incertezas no cenário global segue impactando o comportamento dos mercados e alimentando a volatilidade nos ativos de risco. Segundo o analista técnico da XP, Gilberto Coelho, o Giba, o dólar voltou a se aproximar dos R$ 6 e apresenta indícios técnicos de reversão da tendência, no curto prazo, de baixa para alta.

“Hoje, o sistema de trading está apontando uma compra de longo prazo. A região dos R$ 5,70 virou suporte, e a projeção de Fibonacci já mira os R$ 6,17”, disse ele, durante live especial do InfoMoney, sobre o atual momento do mercado e as oportunidades de investimento, com mediação de Mariana Amaro e participação de Fernando Genta, economista-chefe da XP Asset.

Para ele, o cenário atual de crise e incerteza contribui para essa valorização da moeda americana. “O investidor precisa operar com stop. Os sinais são claros: a Disney está cada vez mais longe”, brincou, em referência à alta do dólar que pode frustrar viagens internacionais.

Bolsas internacionais

No campo dos índices internacionais, o alerta também é de cautela. O Nasdaq perdeu o suporte dos 19.100 pontos, o que pode abrir espaço para novos testes em níveis mais baixos. “Ainda não é um cenário de reversão de tendência, é apenas um repique. Os suportes mais importantes estão em 17 mil e 14 mil pontos”, avaliou.

Já o S&P 500, segundo Giba, só voltará a apontar tendência de alta se ultrapassar os 5 mil pontos. Apesar do tom de alerta, o analista reforçou que momentos como o atual também são oportunidades de aprendizado — especialmente para investidores iniciantes.

“Tempestades formam grandes marinheiros. É um momento de aprendizado, sim, mas também de oportunidades. A gente nunca sabe exatamente até onde os preços vão cair, mas já começa a haver uma chance de entrada na bolsa americana.”

— Gilberto Coelho, o Giba, analista técnico da XP

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Com base em análises gráficas e na perspectiva na teoria de Fibonacci, Giba enxerga espaço para estratégias de ‘Long and Short‘, que consistem em comprar ativos que caíram muito e vender aqueles que caíram pouco. A principal recomendação, no entanto, é a diversificação.

“O investidor precisa estar preparado. O ideal é manter parte da carteira em renda fixa e fazer alocações seletivas na bolsa. Assim, dá para navegar melhor nesse mar agitado”, concluiu.

Análise técnica

Durante a conversa, Giba destacou a importância das médias móveis na análise técnica. Segundo ele, o Ibovespa vem operando abaixo da média móvel de 21 dias, o que, na visão dele, representa um sinal de alerta.

“Eu, particularmente, não gosto de operar ativos que estão abaixo dessa média. É um momento de cautela, ideal para quem quer reduzir exposição e vender ETFs como forma de proteção”, afirmou.

Coelho destacou, ainda, que embora o momento seja desafiador, ele também oferece oportunidades para quem tem apetite a risco.

“Há, sim, uma pequena janela para comprar bolsa americana. Mas o certo é diversificar: manter parte do capital em renda fixa e fazer alocações pontuais em ações para não sofrer tanto com a volatilidade”, orientou.

Apesar do tom cauteloso, o especialista da XP comenta que o momento exige mais estratégia do que pânico.

“Esperamos que um acordo seja firmado entre as potências, mas, enquanto isso não acontece, a proteção e a gestão de risco são essenciais para os investidores brasileiros”, concluiu Giba.

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