Desglobalização, reindustrialização e tensão com a China

No último episódio do programa Strike, o professor Manuel Furriela, especialista em Direito Internacional, discute as profundas transformações provocadas pelo tarifaço global imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Durante a conversa, Furriela enfatiza os efeitos adversos do tarifaço, que visou principalmente produtos provenientes da China, mas que acabou impactando diversas outras economias. Essa abordagem, segundo o especialista, não apenas enfraqueceu a Organização Mundial do Comércio (OMC), mas também fomentou um clima de desconfiança entre países, levando a uma reavaliação das políticas comerciais e das alianças econômicas estabelecidas nas últimas décadas.

Tensão comercial entre China e EUA: desglobalização no radar

Um ponto crucial abordado pelo professor é a desglobalização, um fenômeno que vem ganhando força nos últimos anos. As tensões comerciais entre os Estados Unidos e a China, por exemplo, não se limitam a tarifas, mas refletem uma competição geoeconômica mais ampla, onde as nações buscam fortalecer suas economias nacionais em detrimento de uma interdependência global. Essa mudança de paradigma pode resultar em uma crescente fragmentação do comércio internacional, com países buscando caminhos alternativos para proteger suas indústrias e mercados.

Além disso, Furriela destaca a reindustrialização americana como uma resposta direta às políticas de Trump. Com o objetivo de revitalizar a economia interna, os Estados Unidos têm investido em setores estratégicos, buscando reduzir a dependência de fornecedores estrangeiros. Essa estratégia, no entanto, pode ter repercussões globais, alterando as cadeias produtivas e provocando um efeito dominó em outras economias, especialmente em países que historicamente se beneficiaram da globalização.

China e EUA em guerra comercial

O pragmatismo geoeconômico também é um tema central da discussão. O professor explica que, diante das incertezas do comércio internacional, os países estão adotando posturas mais pragmáticas, avaliando cuidadosamente suas relações comerciais e buscando parcerias que garantam segurança econômica. Essa nova abordagem pode levar a um reordenamento das alianças globais, com países se unindo em blocos econômicos que refletem interesses comuns e a busca por estabilidade em um cenário volátil.

Por fim, o embate com a China permanece como um dos principais desafios da política comercial americana. O professor Furriela aponta que, enquanto os Estados Unidos tentam conter a ascensão chinesa, a necessidade de encontrar um equilíbrio que permita a coexistência pacífica entre as duas maiores economias do mundo se torna cada vez mais urgente. As consequências deste confronto não se limitam apenas às duas nações, mas reverberam por todo o sistema econômico global.

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