“É o nosso ganha pão”: Conheça a história de agricultores que fazem parte da Feira do Agricultor de Sapiranga

Há quatro décadas, a Feira do Agricultor acontece em Sapiranga, ofertando frutas, verduras, legumes, grãos, leites e embutidos para a comunidade. Nas quartas-feiras e sábados, a partir das 6 horas da manhã, os produtores rurais expõem os produtos no pavilhão e recebem moradores e turistas de cidades vizinhas, como Araricá, Nova Hartz, Campo Bom e Novo Hamburgo.

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Uma história marcante é a de Rubem Harff, 70 anos, que esteve na primeira exposição da Feira do Agricultor, em 30 de março de 1985. Ele, que até hoje permanece no local, lembra que a feira começou com 10 agricultores. “Hoje, o meu grande orgulho é ver esses jovens que estão aqui dentro, que vão continuar esse trabalho da feira. E se não fosse a feira, talvez eles nem estariam mais no interior, junto das suas famílias e mostrando o orgulho de ser agricultor”, ressalta.

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Há 40 anos, Harff iniciou vendendo batata inglesa e doce, feijão, cebola e aipim, hoje ele comercializa frutas e verduras e trabalha com a produção ecológica. O vínculo que construiu com os clientes ao longo dos anos é das conquistas mais celebradas. “O importante é o contato direto do produtor com o consumidor. Eu conheço os meus clientes, quando eles vem chegando já sei o que eles vão comprar. O consumidor também me conhece, se estabelece uma relação de confiança”, afirma.

O casal de agricultores Greici Blume, 33, e Maciel Blume, 36, são a terceira geração da família comercializando produtos na feira. “Para nós, essa é a nossa vida. Trabalhar com os clientes é uma conquista, a gente gosta muito”, afirmam juntos. A Feira do Agricultor proporcionou que o casal, vendedores de frutas e verduras, realizasse muitos sonhos, como a aquisição do carro próprio e de equipamentos agrícolas.

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Desde os 20 anos de idade, a agricultora Marisa Hoffmann Joung, 40, se dedica à feira de Sapiranga. Toda quarta-feira e sábado ela mostra a força da mulher do agro ao carregar verduras, milho e carvão até o pavilhão onde ocorre a comercialização. “Isso é o nosso ganha pão, é a renda da nossa casa”, enfatiza.

Visitantes

Quem visita a feira rotineiramente também relembra a sua marca na cidade. Um exemplo é Paulo Fleck, 66, que frequenta a Feira do Agricultor há 30 anos, e vê a importância tanto para o consumidor quanto para o agricultor. “Primeiro que você consegue um produto sem agrotóxico ou fertilizante e, depois, também a gente acaba incentivando a região”, destaca.

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A professora aposentada Liane Reichert Klein, 74, já tem a visita incluída na rotina, ainda mais porque essa é uma tradição que iniciou com seu pai. “Meu pai sempre fez esse trabalho de levar para nós os produtos daqui (a feira), depois, quando ele veio a falecer, meu marido assumiu e comprava as coisas para nós. Agora, eu sou a responsável por seguir com esse trabalho”, relata.

Economia local

Segundo a prefeita de Sapiranga, Carina Nath, nesses 40 anos de história da Feira do Agricultor, a agricultura familiar cresceu, pois a população local já tem o hábito de frequentar o pavilhão, além das cidades vizinhas que também realizam compras e aproveitam o turismo local. Outro ponto são os jovens, que estão permanecendo no meio rural para continuarem esse trabalho necessário para a região. “É muito importante essa relação próxima que se tem da população da área urbana com o pessoal da zona rural. A gente fica muito feliz com todo esse fortalecimento da nossa agricultura familiar”, afirma.

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Mais de 30 famílias estão envolvidas na Feira do Agricultor, administrando as bancas e o processo desde a produção, que começa nas propriedades rurais e finaliza na venda para o consumidor final. A gestão do espaço é feita pela Secretaria de Agricultura com o apoio da Emater. O Sindicato dos Agricultores Familiares de Sapiranga e o Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural (Comder) também participam de ações no espaço, visando o fortalecimento da agricultura familiar da região.