Espécie extinta há 10.000 anos é resgatada por cientistas

Em um episódio bastante “Jurassic Park”, cientistas conseguiram “desixtinguir” uma espécie que não existia há 10.000 anos. O episódio é um marco histórico para a ciência e a conservação ambiental. A empresa americana Colossal Biosciences anunciou a “ressurreição” do lobo gigante (Canis dirus).

Batizados de Romulus e Remus, em homenagem à mitologia romana, os dois filhotes de lobo gigante são uma espécie extinta há mais de 10.000 anos. Nasceram no dia 1º de outubro de 2024, e representam o que a empresa chama de “os primeiros animais desextintos do mundo”.

O anúncio, feito por meio de um post no X pela conta oficial da Colossal Biosciences, incluiu imagens dos filhotes e um vídeo com o som do primeiro uivo de um lobo gigante em milênios.

Um feito genético revolucionário

O lobo gigante, conhecido popularmente como “dire wolf”, habitou as Américas por milhares de anos. Com registros fósseis indicando sua presença desde o sul da Venezuela até o norte do Canadá.

A espécie, que se extinguiu no final da última Era do Gelo, há cerca de 10.000 anos, era maior e mais robusta que os lobos cinzentos modernos. Tinham ombros poderosos, cabeça larga, dentes e mandíbulas maiores, pernas musculosas e uma vocalização característica, especialmente seus uivos e gemidos.

Esses traços foram recriados com precisão pela equipe da Colossal Biosciences, que utilizou tecnologia de ponta para trazer a espécie de volta à existência.

De acordo com o post da Colossal, o processo envolveu a reconstrução meticulosa do genoma completo do lobo gigante. A reconstrução aconteceu por meio de DNA antigo extraído de fósseis datados de 11.500 e 72.000 anos.

Entre os fósseis estavam um dente de 13.000 anos encontrado em Sheridan Pit, Ohio, e um osso de ouvido de 72.000 anos descoberto em American Falls, Idaho. Os fósseis foram cedidos por museus para a pesquisa.

Como reviveram o lobo gigante?

A equipe da Colossal, composta por 130 cientistas, usou a tecnologia CRISPR, uma ferramenta de edição genética. Com a tecnologia, fizeram 20 alterações em 14 genes do lobo cinzento comum (Canis lupus), ajustando seu código genético para corresponder ao do lobo gigante.

O resultado foi a criação de Romulus, Remus e uma terceira filhote, Khaleesi, de dois meses, nascida em um parto separado no início de 2025.

Os filhotes foram gerados usando cadelas domésticas como mães de aluguel, uma técnica que permitiu que os embriões geneticamente modificados se desenvolvessem até o nascimento.

Romulus e Remus, agora com cerca de seis meses, já pesam 36 kg (80 lb) e devem atingir 68 kg (150 lb) quando adultos, de acordo com informações divulgadas pela revista TIME.

Eles exibem comportamentos típicos de lobos selvagens, como uivar desde as duas semanas de idade, perseguir folhas e outros objetos em movimento e demonstrar cautela ao se esconderem em locais escuros quando assustados.

Não é um lobo gigante “puro”

Apesar do entusiasmo, especialistas alertam que Romulus e Remus não são lobos gigantes “puros” no sentido genético estrito.

Portanto, como apontado em posts relacionados no X, os filhotes são, na verdade, lobos cinzentos geneticamente modificados para se assemelhar fenotipicamente ao que os cientistas acreditam que os lobos gigantes eram.

Isso significa que, embora tenham características físicas e comportamentais semelhantes às da espécie extinta, eles não são réplicas genéticas exatas. Mas sim proxies criados com base nas melhores reconstruções genômicas disponíveis.

A Colossal Biosciences reconhece essa distinção, mas enfatiza que o projeto é um passo monumental para a ciência e a conservação.

“Este momento marca não apenas um marco para nós como empresa, mas também um salto adiante para a ciência, a conservação e a humanidade”, afirmou a empresa em seu post no X.

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