Ibovespa abre em queda em dia de caos no mercado com guerra comercial

O Ibovespa, principal indicador do desempenho das ações negociadas na Bolsa de Valores do Brasil (B3), operava em queda na manhã desta segunda-feira (7/4), pouco depois da abertura do primeiro pregão da semana.


O que aconteceu

  • Às 10h21, o índice recuava 0,21%, aos 126,9 mil pontos, acompanhando o movimento das principais bolsas mundiais.
  • No último pregão da semana passada, na sexta-feira (4/4), o Ibovespa despencou 2,96%, recuando aos 127,2 mil pontos.
  • Foi o pior resultado do índice em quase 4 meses, desde dezembro do ano passado.
  • Com o resultado, a Bolsa brasileira acumula perdas de 2,31% no mês. No ano, ainda tem ganhos acumulados de 5,8%.
  • O dólar, por sua vez, operava em alta nesta segunda-feira e chegou a bater R$ 5,90.

Mais um dia de pânico nos mercados

Nesta segunda-feira, os mercados globais têm mais um dia de fortes perdas, com os principais índices ainda sentindo os efeitos da nova rodada do “tarifaço” do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre produtos importados de diversos países.

Na Ásia, o destaque negativo do primeiro pregão da semana foram as ações da Bolsa de Hong Kong, que despencaram mais de 13% e registraram seu pior dia em quase 30 anos (o índice Hang Seng desabou 13,22%, aos 19,8 mil pontos).

O pânico dos investidores reflete a incerteza do mercado após a decisão do governo da China de retaliar as tarifas aplicadas pelos norte-americanos sobre todas as importações de diversos países, com uma taxa de 34%.

O índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, tombou 7,83%, aos 31,1 mil pontos, o pior resultado em 1 ano e meio. Durante a sessão, foi acionado o chamado “circuit breaker”, interrompendo os negócios.

Em Seul, o índice Kospi recuou 5,57%, aos 2,3 mil pontos. Na China continental, o Xangai Composto afundou 7,34%, aos 3 mil pontos.

Em escalada ao que pode vir a ser uma guerra comercial sem precedentes, a China anunciou, na última sexta-feira (4/4), que vai impor uma tarifa de 34% sobre produtos norte-americanos importados, além das tarifas já existentes.

A medida é uma retaliação a Trump, que anunciou uma taxa de 34% contra produtos chineses, que entraram em vigor no sábado (5/4).

A nova taxa se somará a uma tarifa já aplicada de 20% especificamente a produtos chineses. Ou seja, no total, os produtos chineses vão pagar 54%.

A reação de Pequim aumenta ainda mais as tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo. A tarifa chinesa entrará em vigor a partir de 10 de abril, de acordo com o Conselho de Estado, o gabinete da China.

Na Europa, o cenário é semelhante. No início do pregão, a Bolsa de Valores de Frankfurt, na Alemanha, recuava 5,75%.

Na abertura dos mercados em Paris, Londres, Milão e na Suíça,, havia quedas de 5,68%, 5,21%, 6,37% e 6,51%, respectivamente.

Trump diz que tarifaço segue firme

Questionado sobre a reação violenta dos mercados ao “tarifaço”, o presidente dos EUA, Donald Trump, defendeu as medidas em declarações dadas na noite do último domingo (6/4), a bordo do Air Force One, em entrevista coletiva.

Segundo Trump, a queda nos mercados mostra que sua política tarifária está funcionando como um “remédio”. O presidente dos EUA disse ainda que seu país estava “muito mais forte” e que a reação negativa das bolsas mundiais não era um “desejo deliberado de sua parte”.

Vários parceiros comerciais dos EUA foram alvos de novos aumentos, incluindo a União Europeia (20%) e a China (34%). Em retaliação aos EUA, Pequim anunciou tarifas adicionais de 34% aos produtos norte-americanos, agravando o risco de uma guerra comercial global, o que afugenta os investidores.

De acordo com a Casa Branca, 50 países já haviam entrado em contato com para negociar as tarifas.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.