O futuro da formação de times de marketing

A combinação de habilidades variadas se tornou essencial para acompanhar a evolução do marketing.

Dados da pesquisa CMO Barometer – estudo conduzido pela University of St. Gallen com a rede de agências independentes Serviceplan Group -, feita com 800 lideranças da Europa, levantou o seguinte questionamento: quais são as principais habilidades que os CMOs buscam nas equipes?

Dentre os resultados, marketing estratégico e gestão de marca (74%); marketing digital e expertise em IA (65%); criatividade (50%); e outras habilidades (55%), incluindo excelência operacional, conhecimento do cliente e inteligência emocional, se destacaram.

Os dados evidenciam a diversidade de habilidades exigidas e como o marketing tem se transformado. Mesmo que ainda gire em torno de negócios e criatividade, agora, incorpora camadas mais complexas de dados, produção de conteúdo e inteligência artificial.

Com a IA redefinindo as regras do jogo, o entendimento sobre possibilidades também se tornou uma competência essencial – o modelo tradicional de recrutamento já não funciona.

Com essa evolução, as descrições de cargos tradicionais e os processos seletivos convencionais deixaram de ser eficazes. O mercado exige uma nova perspectiva, e é nesse contexto que entra a abordagem skills-based hiring ou contratação baseada em habilidades.

Se antes o foco eram títulos e experiências formais, esse modelo parte das necessidades reais da empresa, analisando quais habilidades são essenciais para cada tarefa e montando times mais preparados para um cenário em constante mudança.

Segundo o Relatório do Fórum Econômico Mundial de 2024, as habilidades mais requisitadas até 2030 incluirão tanto competências tecnológicas quanto humanas, como habilidades cognitivas e colaboração. Nesse cenário, montar um bom time é mais do que reunir talentos individuais.

Sendo assim, a colaboração já não é mais um diferencial – é o pilar da performance. Não basta encontrar os talentos certos. É preciso construir equipes estratégicas. E no marketing, esses times podem se estruturar de diferentes formas:

  • Squads sob demanda para projetos específicos.
  • Times perenes integrados à empresa.
  • Estruturas independentes, como as in-houses.

Se a colaboração é o pilar da performance, a adaptabilidade se tornou o diferencial definitivo para profissionais e empresas. Em um ambiente onde tecnologias emergem e tornam-se obsoletas rapidamente, as equipes de marketing precisam não apenas acompanhar as mudanças, mas antecipá-las.

Isso exige um mindset voltado ao aprendizado contínuo, no qual a experimentação, a troca de conhecimento e a flexibilidade são tão importantes quanto as habilidades técnicas.

A evolução do marketing também desafia a própria cultura organizacional. Modelos tradicionais de liderança, baseados no comando e controle, já não funcionam para times dinâmicos e multidisciplinares. No lugar, surgem lideranças orientadas por propósito, capazes de fomentar um ambiente de inovação e autonomia.

A inteligência artificial e a automação são aliadas valiosas, mas a criatividade e a sensibilidade humanas continuam sendo o diferencial. Marcas que conseguem unir o melhor da tecnologia com a autenticidade das pessoas conquistam maior relevância em um mercado saturado de informações.

O futuro do marketing não é sobre cargos, mas sobre habilidades e conexões certas para cada desafio, então o maior ativo de uma empresa está na capacidade de construir times preparados para evoluir junto com o mercado.

Daniel Prianti é fundador e Co-CEO da BPool.

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