Presidente do Irã manda recado a Trump, que recebe Netanyahu nos EUA

O presidente do Irã, Masoud Pezeshkian (foto em destaque), mandou um recado para Donald Trump, no mesmo dia em que o líder norte-americano recebe Benjamin Netanyahu na Casa Branca. Em uma declaração nesta segunda-feira (7/4), o presidente iraniano disse que seu país está buscando negociar, mas que os Estados Unidos também deve demonstrar intenções genuínas de dialogar.


Relação tensa com o Irã

  • No seu primeiro mandato como presidente dos EUA, Trump viveu uma relação tensa com o Irã, liderado pelo aiatolá Ali Khamenei.
  • O principal ponto de discordância entre os dois governos dizia respeito ao avanço do programa nuclear iraniano, visto pelo governo dos EUA como uma ameaça contra a segurança nacional do país.
  • Washington e Teerã chegaram a assinar um acordo em 2015, com o objetivo de limitar o programa nuclear iraniano em troca do afrouxamento de sanções internacionais.
  •  Contudo, Trump decidiu retirar os EUA do pacto em 2018, durante seu primeiro mandato, e reimpor retaliações contra o Irã.
  • As divergências culminaram no assassinato do ex-general Qassem Soleimani, um dos principais nomes do regime do Irã na época, em uma emboscada no Iraque. A ação foi uma ordem de Trump.
  • Desde então, o atual presidente dos EUA é alvo de ameaças de vinganças por parte de algumas autoridades do Irã.
  • Além do desenvolvimento nuclear iraniano, o país liderado pelo aiatolá Ali Khamenei é apontado como o principal financiador de grupos rebeldes na região, como os Houthis no Iêmen. 

“Não estamos buscando guerra, tensões ou armas nucleares. Estamos buscando negociações”, disse Pezeshkian à mídia estatal do Irã. “No entanto, os americanos também devem provar que estão genuinamente buscando negociações”.

O desejo de Trump é negociar um acordo nuclear com o Irã, apesar de ter abandonado um pacto no mesmo sentido durante seu primeiro mandato. Para isso, o presidente norte-americano chegou a enviar uma carta ao líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, ao mesmo tempo em que aumentou sanções econômicas e ameaças militares contra o país.

No fim de março, Trump chegou a falar em bombardear o Irã, caso o governo do país não aceite negociar. Um comboio de guerra dos EUA chegou a ser deslocado da Ásia para o Oriente Médio depois da polêmica declaração.

As falas e gestos são vistos como formas de intimidação e inaceitáveis para Teerã, que tem reiterado que não vai se envolver em negociações “a qualquer custo”, segundo Perzeshkian.

Trump e Netanyahu

O posicionamento do presidente iraniano surge no mesmo dia em que Trump recebe o premiê israelense Benjamin Netanyahu nos EUA. A expectativa é de que os dois discutam questões relacionadas a guerra na Faixa de Gaza, a situação dos Houthis e Irã e tarifas comerciais. 

No encontro, o presidente dos Estados Unidos afirmou que Washington e Teerã mantiveram conversas diretas, com o objetivo de negociar o possível acordo nuclear, no último sábado (5/4). O governo do Irã, que vinha se comunicando com o país comandado por Trump via intermediação de Omã, ainda não confirmou a informação.

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