Quem são o pipoqueiro e o sorveteiro citados por Bolsonaro em SP

São Paulo — O pipoqueiro e o sorveteiro citados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em discurso durante ato pró-anistia na Avenida Paulista, em São Paulo, são, respectivamente, Carlos Antônio Eifler, de 54 anos, e Otoniel da Cruz, de 45.

O ex-presidente usou os dois como exemplos ao afirmar que o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para condenar um pipoqueiro e um sorveteiro que foram denunciados por tentativa de golpe de Estado e mandou “um recado para o mundo”, arriscando falar em inglês.

“Eu não falo inglês, uma grande falha da minha formação, mas quero dar um recado aqui para o mundo e depois eu faço a tradução para vocês: Popcorn, and ice cream seller sentenced for a coup d’état in Brazil. Ou seja, sorveteiro e pipoqueiro dando golpe de Estado no Brasil, é uma vergonha”, disse Bolsonaro.

Carlos Antônio Eifler é de Lajeado, no Rio Grande do Sul, e dono de uma loja de pipocas gourmet, chamada Sabores da Dinda.

Ato bolsonarista na Avenida Paulista

Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle subiram no caminhão de som, estacionado próximo ao Masp, e acenaram para a multidão antes do início do ato, que foi organizado pelo pastor Silas Malafaia, e teve início às 14h.

Ao todo, dez pessoas foram destacadas para discursar. O segundo a falar foi o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), que atacou duramente o ministro Alexandre do Moraes, do STF, chamando-o de covarde, e criticou a Polícia Federal (PF).

“Ditadores de toga, principalmente como Alexandre de Moraes, se utilizou do dia 8 para nos amedrontar. Se lascou, olha a gente aqui. Essa é a resposta para você seu covarde. E digo mais, fizeram de tudo para poder massacrar a maior liderança política deste país, que é o Bolsonaro”, disse Nikolas.

Já a deputada federal Caroline de Toni (PL-SC) disse que “dia 8 de janeiro foi uma manifestação, e não uma tentativa de golpe”, enquanto que o deputado Altineu Côrtes (PL-RJ) fez uma chamada perguntado para os políticos presentes se os partidos deles apoiavam a anistia.

O prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), chamou a manifestação de “ato humanitário”, que “visa corrigir as injustiças” cometidas contra os envolvidos nos atos antidemocráticos de janeiro de 2023, e disse que vai “lutar” para deputados do seu partido “assinarem a anistia”.

Anistia aos envolvidos no 8/1

Mais de 500 pessoas já foram condenadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por participação nos atos antidemocráticos. As penas variam de três a 17 anos de prisão. Os crimes pelos quais foram condenados são: tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa e deterioração de patrimônio público.

Os bolsonaristas consideram que o Supremo, na figura do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, está perseguindo os apoiadores do ex-presidente, e que as penas impostas são exageradas. Por isso, articulam a aprovação de um projeto de lei no Congresso para anistiar todos os envolvidos nos atos de 8/1.

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