VÍDEO: Ex-tenente da BM ferido em acidente com morte na RS-239 deixa hospital; veja recepção da família

A última quinta-feira (3) foi de alegria e emoção para uma família de Dois Irmãos. Após quase 50 dias de um acidente de trânsito na RS-239, em Araricá, o ex-tenente da Brigada Militar Ademir Gularte Nogueira, de 63 anos, deixou o Hospital São Lucas da PUC, em Porto Alegre, e retornou ao município do Vale do Sinos. 

No entanto, antes deste dia especial, a família Nogueira passou por dias de angústia, incertezas e luto. Isso porque, além da perda de Edite Gularte Quilin, 80, mãe do ex-policial, Nogueira ficou quase um mês em coma induzido e precisou passar por três cirurgias.

O acidente

Na tarde de 13 de fevereiro, o ex-policial conduzia uma Chevrolet Spin em retorno ao litoral quando tentou desviar de uma caminhonete Toyota Hilux, com placas de Parobé, que atravessava a rodovia. Contudo, ao escapar do primeiro choque, a Spin atravessou a RS-239 e colidiu contra um caminhão VW Delivery, com emplacamento de São Leopoldo, que trafegava no sentido contrário, capital-interior. 

No veículo que bateu no caminhão estavam Nogueira, a esposa dele, 46, um amigo, 77, e Edite, que morreu no local. Dois pets que estavam no automóvel também não resistiram à batida. Os condutores da Hilux e do caminhão, além do amigo da família, não ficaram feridos. 

A recuperação

O ex-policial foi levado para o Hospital de Pronto-Socorro (HPS) de Canoas, onde ficou internado por 30 dias, sendo que, segundo a família, permaneceu cerca de 25 dias em coma induzido na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Segundo os parentes, a casa de saúde não tinha condições de realizar as cirurgias necessárias, por isso, Nogueira acabou transferido ao hospital da capital, onde realizou três procedimentos cirúrgicos: no fêmur, no ombro e no joelho. 

Na última semana, ele foi recebido pela família e amigos na casa onde a mãe morava. De acordo com o irmão Dilair Quilim, 57, a decisão foi dos irmãos, por questão de acessibilidade, já que a casa onde Nogueira reside com a esposa não tem a estrutura adequada, e a residência escolhida conta com banheiro adaptado, rampa e portas mais largas. “Então nós decidimos que até ele se recuperar vai ficar na casa que era da mãe”, enfatiza. 

Ainda de acordo com o irmão, a recuperação será lenta e ainda não se sabe se Nogueira terá alguma sequela. “Ele está em casa, na cama, precisa de ajuda para virar na cama, para banho, para alimentação, para tudo. Ele começou a fisioterapia em casa, todos os dias faz uma sessão”, conta Quilim. 

“Minha mãe tinha muita saúde e vida” 

A família, embora aliviada com o retorno do ex-policial para casa, ainda enfrenta o luto pela morte de Edite. “Minha mãe tinha muita saúde e vida”, lamenta o irmão de Nogueira. 

Edite Gularte Quilin, 80 anos

Reprodução/ Redes Sociais

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De acordo com ele, o motorista da Hilux, 76, suspeito de causar o acidente, nunca procurou a família. “Não fez contato, nada. Se nega a conversar. Não prestou nenhuma palavra, nenhum contato, nem se colocou à disposição. Uma indiferença, insensibilidade, inclusive, falta de humanidade. É lamentável”, desabafa.

Internado, Nogueira só soube da morte da mãe após passar pelas três cirurgias. “Ele sempre perguntou da mãe. Mas, a gente sempre dizia que ela estava bem e que queria que ele melhorasse. No dia que contamos foram muitas lágrimas, nos abraçamos e rezamos pela mãe. Somos uma família muito unida e assim continuaremos”, conta Quilim. 

A família revela que todos os seis irmãos pretendem ingressar na Justiça contra o motorista da Hilux. “Inclusive, o Ademir vai esperar mais até porque não sabe se vai ficar com sequela ou não”, reforça. “Vamos lutar na Justiça até o final, todos os filhos [de Edite]”, completa. 

A Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar as circunstâncias do acidente.