Casa Branca eleva tarifas contra China: “EUA querem o mundo mais pobre” avalia especialista

A Casa Branco anunciou novas tarifas contra a China a partir de amanhã, a alíquota total agora passa para 104%. A decisão é uma resposta direta à recusa de Pequim em retirar tarifas retaliatórias até o prazo estipulado. A medida não apenas eleva a temperatura entre as duas maiores economias do mundo, mas também redesenha o xadrez global, atingindo potências emergentes como o Brasil.

Tarifas: tentativa de fortalecer o dólar

Para o professor de Relações Internacionais Marcus Vinicius, as novas tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos chineses são uma clara tentativa de Washington fortalecer o dólar e manter seu padrão de vida à custa do restante do mundo. Segundo ele, ao provocar a China, os EUA buscam desvalorizações cambiais em outros países e pressionam os exportadores globais. “O objetivo dele é que o mundo todo empobreça para que os Estados Unidos mantenham o seu nível” destaca o professor

A China, sendo o motor do desenvolvimento global, carrega consigo a cadeia de fornecedores de matérias-primas. Se os chineses comprarem menos, o impacto é global”, avalia. O professor ainda observa que, embora a dependência da China em relação aos EUA tenha diminuído, as consequências são inevitáveis: menos exportações para os americanos significam menor demanda por commodities globais.

Tarifas e o xadrez geopolítico

Marcus também chama atenção para o xadrez geopolítico por trás da escalada. Na sua visão, Pequim não deve recuar, pois isso daria a Trump uma vitória política que os chineses querem evitar. “A China sabe que precisa ‘trucar’. Os americanos pressionam todos os parceiros comerciais com poder de barganha limitado, mas a China é a exceção e tem se preparado para isso”, explica.

Como fica o Brasil?

Marcus Vinicius de Freitas reforça que o Brasil, assim como diversas economias emergentes, precisará agir com pragmatismo diante da polarização crescente entre Estados Unidos e China. Para ele, o país deve evitar alinhamentos automáticos e pensar estrategicamente no seu posicionamento global, considerando sua forte dependência das exportações para a China e o papel fundamental que o gigante asiático desempenha no agronegócio brasileiro. “O Brasil não pode se dar ao luxo de escolher um lado de forma precipitada. A inserção em um mundo multipolar requer habilidade diplomática para preservar os interesses nacionais e garantir a inserção competitiva nas cadeias globais de valor”, conclui o professor, destacando que as pressões geopolíticas tornam ainda mais urgente a formulação de uma política externa que busque autonomia e vantagens concretas para o desenvolvimento do país.

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