Clia Brasil negocia futuro promissor para cruzeiros no país durante Seatrade

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Marco Ferraz, presidente da Clia Brasil durante o evento

MIAMI – O Brasil marcou forte presença nesta terça-feira (8) no Seatrade Cruise Global, o maior evento do setor de cruzeiros do mundo, realizado em Miami. Em entrevista exclusiva ao M&E – que participou do evento pela primeira vez, Marco Ferraz, presidente da Clia Brasil destacou a importância estratégica da participação no evento, e do fortalecimento do país como destino de cruzeiros através da participação também da Embratur e de representantes do turismo nacional.

“Estar aqui com um estande próprio mostra para o mercado internacional que o Brasil está comprometido com o setor. Isso motiva as companhias a olharem com mais atenção para o nosso mercado”, afirmou Ferraz, ressaltando que esta é a terceira participação consecutiva do Brasil na feira. Continuidade que, segundo ele, é essencial para consolidar a imagem do país entre armadoras e parceiros globais.

A presença brasileira não é apenas institucional. Com 53 armadoras associadas e mais de 300 executivos participando do evento, a Clia Brasil cumpre um papel estratégico de articulação, facilitando encontros entre empresas e destinos. “Aqui é onde os números da indústria são lançados. Em 2024, o setor global fechou com 34,68 milhões de cruzeiristas. A América do Sul voltou a ultrapassar 1 milhão, e o Brasil segue crescendo, ainda que com uma fatia de 3% desse total. Há muito potencial”, explicou.

Temporada 2024/2025: crescimento e novidades

A atual temporada brasileira, que caminha para o encerramento, foi considerada positiva por Ferraz. “Tivemos uma ocupação muito alta e uma oferta parecida com a do ano passado. Os números devem se manter estáveis, o que é um bom sinal de maturidade do mercado”, avaliou.

Um destaque da temporada foi a estreia de novos destinos, como a Ilha do Mel, no Paraná, que recebeu pela primeira vez um navio internacional. Para as próximas temporadas, novos portos estão sendo preparados para receber escalas-teste, como Penha (SC), Vitória (ES) e mais paradas em Ilha do Mel. “A gente precisa tornar o Brasil mais competitivo. Ainda enfrentamos desafios como infraestrutura, custo de operação e questões regulatórias, mas estamos trabalhando junto às autoridades e parceiros para melhorar esse cenário”, ressaltou.

COP30: navios como hotéis

Um dos assuntos em pauta nos últimos meses é a possível utilização de navios como hospedagem flutuante durante a COP30, que ocorrerá em Belém (PA) em 2025. Ferraz confirmou que as negociações estão avançadas, embora ainda não possam ser divulgadas oficialmente. “É uma negociação de um ano e meio. Está bem encaminhada, com envolvimento do governo federal, do estado, da CDP e de uma operadora de turismo. Esperamos ter novidades em breve”, revelou.

Novos horizontes: Lençóis Maranhenses no radar

Outro destino que desperta interesse é a região dos Lençóis Maranhenses. De acordo com Ferraz, já houve uma tentativa de escala-teste na área, mas a infraestrutura ainda precisa de investimentos significativos. “O único jeito hoje seria parar em São Luís e fazer um pernoite com deslocamento terrestre até os Lençóis. Há, no entanto, um projeto de dragagem no porto de Tutóia que pode viabilizar escalas de navios menores, de luxo ou expedição. Se isso avançar, teremos cruzeiros parando ali nos próximos dois anos”, disse.

*O M&E viaja com apoio da Shift Mobilidade Corporativa e proteção GTA

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