Estudo revela redução “incrível” no risco de Alzheimer por meio de biomarcadores

Pesquisadores americanos reverteram alguns sinais precoces do Alzheimer em um estudo que mostrou que biomarcadores presentes no sangue de pacientes podem ser melhorados com mudanças no estilo de vida.

Os resultados preliminares do estudo BioRAND, apresentados na reunião anual da Academia Americana de Neurologia neste mês, indicam que intervenções não farmacológicas podem ter um impacto significativo na saúde cerebral por meio da prevenção, com base em exames de sangue simples e intervenções não farmacológicas.

“A área usa biomarcadores para determinar se alguém tem demência ou não”, afirmou a autora principal do estudo, Kellyann Niotis, neurologista especializada na redução de risco para Alzheimer e Parkinson.

A pesquisadora ressaltou que não há grupos observando como os biomarcadores mudam ao longo do tempo, para saber como medir o progresso de uma pessoa ao melhorar a saúde do cérebro.

“Acreditamos que esses biomarcadores podem mostrar como a progressão da doença está sendo modificada biologicamente pelas ações do próprio paciente”, disse.

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O que o estudo analisou

A pesquisa acompanhou 71 participantes, sendo que 54 receberam orientações personalizadas de prevenção neurológica. Os outros 17 formaram o grupo de controle. Os cientistas avaliaram mais de 125 biomarcadores em testes comerciais e de pesquisa, com foco especial em algumas proteinas.

Acompanhar esses marcadores é imprescindível quando se trata da doença, pois eles aparecem no organismo antes mesmo dos sintomas clínicos.

A redução é considerada um indicativo de melhora da saúde cerebral, possivelmente antes que o declínio cognitivo se instale de forma irreversível.

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Intervenções

Os cientistas recomendaram mudanças específicas, como controle da pressão arterial, alterações na alimentação, prática regular de exercícios, melhora da qualidade do sono, redução do estresse e suplementação nutricional.

Essas orientações já possuem respaldo científico, que relaciona fatores modificáveis, como sedentarismo, má alimentação, obesidade, hipertensão e apneia do sono, ao risco aumentado de demência.

Outras pesquisas já mostraram que a adoção de um estilo de vida saudável pode diminuir significativamente esse risco, mesmo em pessoas com predisposição genética.

No caso do BioRAND, há uma validação desses efeitos por meio de exames objetivos e quantificáveis. Segundo a pesquisa, os participantes que seguiram pelo menos 60% dessas recomendações foram incluídos no grupo de alta adesão.

“Esses marcadores mostram como o cérebro está respondendo biologicamente às mudanças. Pela primeira vez, conseguimos medir esse progresso com precisão em tempo real”, disse Niotis.

Diagnóstico

Os exames de sangue são vistos como um caminho mais acessível e menos invasivo para o diagnóstico precoce do Alzheimer, com a capacidade de substituir métodos mais agressivos, como punções lombares ou exames de imagem de alto custo.

A longo prazo, a ideia é que esses testes funcionem como uma espécie de “colesterol do cérebro”, ajudando a medir risco e orientar cuidados preventivos desde a meia-idade.

Os cientistas pretendem transformar esse painel de exames em uma ferramenta acessível, com custos menores, para ampliar o acesso à prevenção da demência em estágios iniciais.

Segundo o neurologista Richard Isaacson, que lidera a pesquisa, a proposta é democratizar o cuidado com a saúde cerebral, permitindo que mais pessoas monitorem seu risco e adotem medidas antes mesmo do surgimento dos primeiros sintomas.

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