Indígenas da Por Fi Ga vendem suas artes de Páscoa pela região; veja como comprar

Com a chegada do período da Páscoa, chega também o período de venda de itens temáticos da aldeia indígena caingangue Por Fi Ga. De acordo com o conselheiro Narciso José Antônio, as vendas ocorrem desde a primeira semana do mês e seguem até o domingo de páscoa, 20 de abril.

Vendas de páscoa da aldeia Caingangue Por Fi Ga em São Leopoldo. Na foto, o conselheiro Narciso José Antônio mostra o que já produziu



Vendas de páscoa da aldeia Caingangue Por Fi Ga em São Leopoldo. Na foto, o conselheiro Narciso José Antônio mostra o que já produziu

Foto: Amanda Krohn/Especial

“A gente vende separado a cestinha, a marcela e a palha”, afirma Narciso, que conta que, só em sua casa, já foram produzidos 70 cestas e 80 molhos de marcela no total. Com a aldeia toda, que conta com cerca de 200 pessoas, a estimativa é que tenham sido produzidos mais de mil produtos, entre palhas, cestas e marcelas.

“As cestinhas são as que a gente mais produz, tinge, enfeita”, acrescenta. Segundo Narciso, os itens são vendidos em diversos locais, como São Leopoldo, Esteio, Canoas e Porto Alegre, sem a definição de pontos específicos. Além da pronta-entrega, também é possível obter por encomenda entrando em contato com o cacique Helton pelo WhatsApp (51) 9901-7758.

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“A gente comercializa a cesta por R$ 20,00 a R$ 30,00. A marcela, o molho dela tem custado R$ 10,00. A palha é em torno de R$ 5,00, porque as lojas também comercializam”, afirma, acrescentando que também é possível obter o kit por R$ 35,00.

“Fortalece nossa luta”

Narciso José Antônio conta que, embora a aldeia possua suas próprias datas, a Páscoa também foi integrada aos costumes da comunidade. “Para nós, a Páscoa representa muito a união e, como nossos povos são uma família, ela fortalece muito a nossa luta. A gente se une bastante, se une as famílias”, diz.

O conselheiro destaca que a venda de artesanatos é a principal fonte de renda das famílias, fazendo com que o mês de abril seja um período econômico importante. “O pessoal aqui vive disso, então agora chegou o tempo da Páscoa, época boa de venda das cestinhas, dos materiais”, comenta.

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“Tem também a semana dos povos indígenas, quando a gente consegue produzir bastante artesanato porque o pessoal quer conhecer nosso artesanato. Aí tem a flecha, a sarabatana… mas só de enfeite”, continua. Do ponto de vista cultural, Narciso afirma que a data religiosa foi integra os costumes indígenas desde a época da catequização durante a colonização portuguesa.

“A gente olha como se fosse um dia normal, porque temos nossos próprios dias, voltados à nossa cultura mesmo, mas como ela foi adotada, o pessoal então respeita muito a Semana Santa da Páscoa e na Sexta-feira Santa a gente consome muito peixe.”

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