“Prestou depoimento por três horas”: Polícia prevê a conclusão do caso da soda cáustica

A Polícia Civil prevê para os próximos dias a conclusão do rumoroso inquérito envolvendo os bebedouros envenenados por soda cáustica, em bombonas d´água de uma empresa, em Canoas.

Funcionário aparece em imagens colocando soda cáustica em bombona d´água, revelou a Polícia Civil



Funcionário aparece em imagens colocando soda cáustica em bombona d´água, revelou a Polícia Civil

Foto: POLÍCIA CIVIL/REPRODUÇÃO

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Nesta segunda-feira (7), o principal suspeito do crime, que permanece preso preventivamente, prestou novo depoimento para agentes da 1ª Delegacia de Polícia, que conduz a apuração.

Titular da 1ª DP, o delegado Marco Guns confirma que não comenta qualquer coisa dita durante o inquérito, deixando para se posicionar em definitivo somente após a conclusão do caso.

“O suspeito prestou um novo depoimento por três horas”, aponta. “Ele continua preso preventivamente e mais que isso não posso comentar. Somente após a conclusão do inquérito”, avisa.

Conforme Guns, a previsão é que o caso seja concluído em, no máximo, dez dias, já que a Justiça acatou o pedido de prorrogação para garantir a reunião das provas, depoimentos e laudos técnicos.

“Restam agora somente laudos periciais exigidos para serem anexados ao processo”, observa. “Já ouvimos quinze testemunhas. Então vamos refletir bastante em cima das provas e confrontar os depoimentos com as imagens que temos”.

A reportagem do DC entrou em contato, nesta terça-feira (8), com o advogado de defesa do suspeito, que informou se pronunciar em breve a respeito da defesa montada por seu cliente contra a acusação.

Por brincadeira?

Foi no dia 24 de março que o caso dos bebedouros envenenados passou a ganhar destaque, após a internação de dois pacientes devido à ingestão de soda cáustica que acabou sendo adicionada na água.

O caso culminou na prisão de um homem com 31 anos, funcionário da empresa. Somente três dias depois, ele teve a prisão em flagrante transformada em prisão preventiva, permanecendo na cadeia desde então.

Na época, o funcionário alegou que pensava se tratar de sabão líquido, de modo que desconhecia ser soda cáustica.

“Ele disse em depoimento que passaria um trote, porque já fizeram isso com ele antes. Mas não dá para brincar desse jeito em uma empresa com produtos químicos”, comentou o delegado Marco Guns.

Guns explicou que as imagens coletadas por câmeras da empresa não deixavam dúvida do crime. Nelas, o funcionário aparece inicialmente sondando uma bombona de água para, posteriormente, ser visto despejando a substância.

“Há duas imagens que mostram claramente o investigado passando pelo local, olhando como se estivesse planejando alguma coisa. Em seguida, ele despeja o material na bombona”, aponta. “Um vídeo mostra inclusive ele levantando a bombona para inserir o líquido nocivo”, complementa.

Crime hediondo

O caso é considerado grave, segundo a Polícia Civil. O suspeito acabou enquadrado por envenenamento de água potável, crime previsto como hediondo pelo Código Penal, cuja pena prevista é de reclusão de 10 a 15 anos.

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