Verde compara tarifas à Grande Depressão, e alerta para “otimismo excessivo” com Ibov

luis stuhlberger expert xp 2024

A gestora Verde Asset, do renomado gestor Luís Stuhlberger, fez um alerta nesta terça-feira (8) para a guerra comercial promovida pelos Estados Unidos, que diz marcar um choque histórico na economia global capaz de gerar desaceleração e estagflação, em cenário comparável a uma medida similar tomada durante a Grande Depressão de 1930.

“Nos parece que os impactos do ‘Dia da Liberação’ de Trump se arriscam a ficar na história da mesma maneira que seu similar de um século atrás”, afirma a gestora em sua carta mensal de março.

O impacto esperado de um aumento substancial nas tarifas comerciais, segundo a gestora, inclui paralisação de decisões de investimento por grandes corporações, dificuldades no repasse de preços e dilemas para o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), que pode ficar “preso temporariamente entre uma alta da inflação, piora de emprego, e pressões políticas”.

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A Verde considera “razoável” a recente reação dos mercados, com queda nos ativos de risco, valorização do dólar frente a moedas emergentes e desvalorização frente ao euro e ao iene. Apesar da correção no S&P 500, que caiu 9,6% nos primeiros dias de abril, a gestora alerta que ainda é cedo para afirmar que os ativos estão baratos, diante dos riscos à lucratividade das empresas.

No Brasil, embora o Ibovespa tenha subido 6,1% em março impulsionado por fluxo estrangeiro e otimismo com a eleição de 2026, a Verde considera o movimento excessivo. “Nos parece um otimismo excessivo tão longe do pleito e diante de um panorama global tão complexo”, afirma.

A gestora destaca que toda a alta da Bolsa no ano não foi acompanhada pela queda nas taxas de juro real longas, que seguem estáveis desde o fim de 2024. Além disso, cita que o governo tem pressionado para manter a popularidade, enquanto medidas como o novo consignado devem impulsionar o crédito e o crescimento, o que pode dificultar a atuação do Banco Central.

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Diante do cenário, a Verde manteve alocação zerada em Bolsa brasileira e levemente vendida em Bolsa global por meio de opções. As posições foram reforçadas em juros reais no Brasil e em inflação nos EUA, além de posições vendidas em Renminbi frente ao euro e ao dólar. A alocação em criptoativos e petróleo foi mantida.

Em março, o fundo Verde, principal produto da casa, entregou retorno de 0,58%, contra 0,96% do CDI. No ano, o multimercado rende 2,79%, ante 2,98% do benchmark da classe.

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